terça-feira, 29 de abril de 2008
segunda-feira, 28 de abril de 2008
O meu reino por uma guloseima
Hoje jantei mal - não comi a sopa e não comi tanta jardineira de peru como devia (mas comi muita fruta e ainda bebi um copo de sumo natural de laranja e manga). O papá lembrou-me o castigo: nada de guloseimas. Para não ter de comer a sopa, eu disse: «Não quero chocolates nem gelados nem rebuçados!» Uma hora passou - brinquei, fiz cocó, vi um filme do Noddy... Até que disse: «Quero comer a sopa». Claro que o que eu queria não era a sopa, mas aquilo a que tinha acesso por comer a sopa: as guloseimas. E lá tive direito a um chupa-chupa.
Dentista
Como há uma semana arranquei um dente, hoje tive de ir ao dentista para ver se estava tudo bem. Ao fim da tarde o papá foi-me buscar e lá fomos os dois para o consultório. Esperámos um bocadinho (entretanto tive vontade de fazer chichi e ele levou-me à casa de banho, mas obriguei-o a olhar para o outro lado enquanto me segurava) e depois lá fomos chamados. A médica mandou o papá deitar-se na marquesa comigo deitada em cima dele - foi aí que fraquejei e comecei a chorar. Mas a médica, muito simpática, pôs-me um cesto com brinquedos à frente e deu-me um a escolher (optei por um tractor pequenino e um balão) e o medo passou. A médica disse que tínhamos de consultar outro médico, mas que desconfiava que eu teria de pôs um pequeno aparelho na boca para evitar que os dentes fechassem sobre o buraco do dente arrancado. Lá fomos ao outro médico e ele voltou a mandar o papá deitar-se na marquesa comigo em cima - ainda ensaiei um ligeiro choramingo, mas contive-me. E afinal não foi preciso pôr nenhum dispositivo na boca, mas daqui a um ano tenho de voltar para confirmar que está tudo bem. Como me portei muito bem, eu dizia para mim própria, para o papá e para quem me quisesse ouvir: «Não chorei. Já sou grande!»
Diálogos
Eu: Já foste cortar o cabelo?
Papá: Ainda não.
Eu: Vais ao cabeleireiro?
Papá: Vou.
Eu: Não tens tesoura em casa?
Papá: Tenho, mas o cabeleireiro é que sabe cortar.
Eu: Mas a mamã corta.
Papá: Mas fica mal cortado e torto.
Eu: O meu não ficou torto!
Papá: Ainda não.
Eu: Vais ao cabeleireiro?
Papá: Vou.
Eu: Não tens tesoura em casa?
Papá: Tenho, mas o cabeleireiro é que sabe cortar.
Eu: Mas a mamã corta.
Papá: Mas fica mal cortado e torto.
Eu: O meu não ficou torto!
Diálogos
(quando estava a brincar com a avó São)
Avô Jorge: Também quero brincar.
Eu: Não. Vai fazer o jantar!
Avô Jorge: Também quero brincar.
Eu: Não. Vai fazer o jantar!
domingo, 27 de abril de 2008
sexta-feira, 25 de abril de 2008
Diálogos
(antes de deitar)
Eu: Posso pôr as pantufas em cima da mesinha de cabeceira?
Papá: Podes.
Eu: Mas a mamã não deixa!
Eu: Posso pôr as pantufas em cima da mesinha de cabeceira?
Papá: Podes.
Eu: Mas a mamã não deixa!
Frases
(quando ia com o papá no carro a ouvir «Better Days», de Bruce Springsteen)
Gosto desta música!
Gosto desta música!
Caracol
Ontem à noite, ao chegar a casa, eu e o papá deparámos com um caracol junto ao portão da garagem. Eu peguei nele, maravilhada, mas como estava encolhido na sua concha o papá disse que estava a dormir. Lá o pus no chão, junto à árvore do azevinho, com a promessa de que no dia seguinte o ia procurar. Bebi o leite, lavei os dentes, pus uma fralda, li uma história, dormi e acordei. E mal acordei lembrei-me dele. «Vamos procurar o caracol?», perguntei ao papá. «Vamos», respondeu ele. E assim foi: depois de nos arranjarmos lá fomos para o jardim, onde o encontrámos já não no sítio onde o havíamos deixado mas numa parede, a dois metros do chão. O papá pegou nele e deu-mo. Estava tão fascinada que até o levei para o café da D. Gertrudes, onde fui beber um carioca de limão. Eu pu-lo no chão e perguntei: «Vai fugir?» E até o queria levar para Montemor, para casa do avô Bitó e da avó Tita, onde vou passar o fim-de-semana. Mas o papá fez-me ter pena dele porque o ia separar da família, e assim ficou no nosso jardim à espera do meu regresso.
Aniversários
Esta semana tive dois aniversários na escola, e logo no mesmo dia. Dois aniversários=dois bolos, um de chocolate e um de amêndoa. E ainda trouxe para casa uma língua da sogra, um livro do Noddy, uma camisola e rebuçados.
Visitas
Na quarta-feira as tias Neta e Natália e a bisavó Natália foram-me visitar a casa da avó São e do avô Jorge e viram-me a tomar banho e a jantar.
Diálogos
(a propósito do casamento a que vou com a avó Tita, o avô Bitó e o Guilherme)
Papá: No sábado vais a uma festa e tens de ir muito bem vestida.
Eu: A avó comprou-me um vestido novo?
Papá: No sábado vais a uma festa e tens de ir muito bem vestida.
Eu: A avó comprou-me um vestido novo?
quinta-feira, 24 de abril de 2008
Feira de Março outra vez
Ontem, como estava bom tempo ao final da tarde, voltei à Feira de Março com o papá – a terceira vez este ano. O guião foi quase igual ao da última visita: carrossel, avião, carrossel, brinquedo, bolos.
terça-feira, 22 de abril de 2008
Parabéns mamã
(A gravação está mal feita, em contra-luz, a parte de baixo da minha cara aparece muitas vezes cortada, a canção não chega ao fim... Mas o que conta é a intenção)
Diálogos
(quando estava a brincar com o papá, no meu quarto, fingindo que estávamos no supermercado)
Papá: Quero um pacote de leite, se faz favor.
Eu: Toma.
Papá: Quanto custa?
Eu: Onze quilos.
Papá: Euros. Agora quero cenouras.
Eu: Toma.
Papá: Quanto custa?
Eu: Onze quilos.
Papá: Euros. Também quero um pacote de bolachas.
Eu: Toma.
Papá: Quanto custa?
Eu: Onze quilos.
Papá: Euros. Agora quero um sabonete, por favor.
Eu: Toma.
Papá: Quanto custa?
Eu: Onze qui... euros.
Papá: Quero um pacote de leite, se faz favor.
Eu: Toma.
Papá: Quanto custa?
Eu: Onze quilos.
Papá: Euros. Agora quero cenouras.
Eu: Toma.
Papá: Quanto custa?
Eu: Onze quilos.
Papá: Euros. Também quero um pacote de bolachas.
Eu: Toma.
Papá: Quanto custa?
Eu: Onze quilos.
Papá: Euros. Agora quero um sabonete, por favor.
Eu: Toma.
Papá: Quanto custa?
Eu: Onze qui... euros.
Camila
Depois de vários meses em que foi uma companheira fiel e inseparável, a Camila repousa nas últimas semanas, completamente ignorada, no quarto do papá e da mamã. Em contrapartida, hoje quis dormir com um coelhinho que desencantei na arca dos brinquedos, que obriguei o papá a abrir antes de tomar banho.
Feira de Março
Hoje apetecia-me ir à Feira de Março e fiz esse pedido ao papá quando ele me foi buscar à escola. Os carrosséis já são um vício, perdido o medo que ainda sentia no ano passado. Mas estava a chover. Fica para a próxima.
segunda-feira, 21 de abril de 2008
Gaveta das guloseimas
O avô Jorge e a avó São têm um sítio em casa deles onde eu costumo ir roubar umas lambarices. Chamo-lhe a gaveta das guloseimas.
sábado, 19 de abril de 2008
Desdentada
Aos três anos e 15 dias arranquei o meu primeiro dente. Estava a brincar e caí com a cara no chão. O resultado foi um dente partido. Fui ao hospital com a mamã e o papá e o veredicto da médica foi este: arranque-se! E assim foi. Chorei e gritei um bocadinho, mas fui uma valente. Agora tenho um dente a menos, mas outro há-de nascer no seu lugar.
sexta-feira, 18 de abril de 2008
Diálogos
(depois de beber o leite, de manhã)
Papá: Agora vamos lavar, vestir e ir para a escola para depois, logo, irmos buscar a mamã.
Eu: Tá bem. (pausa) Gosto muito da mamã!
Papá: Agora vamos lavar, vestir e ir para a escola para depois, logo, irmos buscar a mamã.
Eu: Tá bem. (pausa) Gosto muito da mamã!
quinta-feira, 17 de abril de 2008
Quem é, papá?
Eram quase 10 da noite quando o telemóvel do papá tocou. Ele atendeu - eram coisas do trabalho. «Quem é, papá?», perguntei. Ele cruzou o dedo indicador sobre os lábios para pedir silêncio. «Quem é, papá?», insisti. «Quem é, papá?», insisti outra vez. Como não obtinha resposta, continuei. «Quem é, papá?» «Quem é, papá?» «Quem é, papá?» «Quem é, papá?» «Quem é, papá?»... O papá deambulava pela casa, tentando fugir à minha inquirição, mas como a minha curiosidade não era satisfeita eu continuava: «Quem é, papá?» «Quem é, papá?» «Quem é, papá?» «Quem é, papá?»... E assim por diante, durante os dez minutos que durou o telefonema. «Quem é, papá?»
Feira de Março
Aproveitando uma brecha no mau tempo que tem estado nos últimos dias, o papá levou-me à Feira de Março num dos últimos finais de tarde. Foi-me buscar à escolinha e prometeu um fim de tarde diferente. Eu fiquei muuuuuuuito contente. Naquele dia estava sol e calor, o ideal para uma hora de diversão nos carrosséis. Começámos por rodopiar numa cadeira giratória, depois voámos num avião e finalmente regressámos ao carrossel inicial. E em mais carrosséis andaria se a hora do banho e do jantar não estivesse a chegar. Mas ainda deu tempo para comprar um brinquedo numa das barracas da feira e para comprar um saco de pipocas e uns pastéis de amêndoa para depois do jantar.
Reentrar nos eixos
A manhã de segunda-feira foi difícil – depois de um fim-de-semana tão bem passado custou-me muito regressar à escola. Mas nos dias seguintes as coisas já correram de forma normal – acordei sempre bem-disposta e as tarefas matinais foram cumpridas sem dramas e sem sinais de aversão pela escola. Começo a perceber por que é que as segundas-feiras têm tão má fama.
Mais agitada
Ontem estive «mais agitada» na escola, disse a professora Daniela ao papá. «Em comparação com outros meninos ela porta-se muito bem, mas desta vez esteve mais agitada», explicou.
quarta-feira, 16 de abril de 2008
terça-feira, 15 de abril de 2008
Diálogos
Eu: Quero água.
Avó São: É preciso beber água para o chichi sair claro.
Avô Jorge: Pois é, é preciso beber bastante água. Ou sumo.
Eu: Ou vinho.
Avô Jorge: Vinho não. O vinho é só para as pessoas grandes e poucochinho.
Eu: Um dia vou ser grande e vou beber vinho.
Avó São: É preciso beber água para o chichi sair claro.
Avô Jorge: Pois é, é preciso beber bastante água. Ou sumo.
Eu: Ou vinho.
Avô Jorge: Vinho não. O vinho é só para as pessoas grandes e poucochinho.
Eu: Um dia vou ser grande e vou beber vinho.
segunda-feira, 14 de abril de 2008
Difícil regresso à escola
Hoje fiz uma grande birra porque não queria ir para a escola. Estava a correr tudo normalmente até que o papá me disse que era hora de me lavar e vestir para ir para a escola – depois disso comecei a chorar convulsivamente. Mas ao chegar à escola já estava mais calma e até estava a começar a ficar bem-disposta.
sexta-feira, 11 de abril de 2008
Diálogos
Papá: Hoje vais dormir sozinha?
Eu: Já é Verão?
(explicação: a mamã e o papá dizem que quando chegar o Verão eu vou recomeçar a dormir sozinha na minha caminha)
Eu: Já é Verão?
(explicação: a mamã e o papá dizem que quando chegar o Verão eu vou recomeçar a dormir sozinha na minha caminha)
Contar as letras
Todos temos as nossas manias. Uma das minhas manias é, à noite, depois de o papá me ler uma história, contar as letras do livro dele. Pego no livro, abro-o e começo: uma, duas, três, quatro, cinco... Só depois é que durmo.
Comer melhor
Depois de uma fase em que andava a comer como um pisco, agora estou a alimentar-me melhor - ontem ao jantar voltei a comer bem: sopa (primeiro de peixe, que não quis, e depois de legumes), pescada cozida com batatas e feijão verde (cenoura não me apeteceu), sumo natural e meia maçã. E depois ainda comi metade de um chupa-chupa e dois ou três turcos, uns biscoitos comprados em Albergaria que são rijos que nem pedras (mas muito bons)...
Diálogos
(de manhã, logo depois de levantar, ao espreitar à janela)
Papá: Hoje está um bocadinho de sol.
Eu: E o outro bocadinho de sol, onde está?
Papá: Hoje está um bocadinho de sol.
Eu: E o outro bocadinho de sol, onde está?
quinta-feira, 10 de abril de 2008
Jantar
Ontem, finalmente, jantei muito bem. Será que não ter mascado a chiclete que tanto pedi ao papá e que ele me recusou, quando me foi buscar à escola, contribuiu para ter mais apetite? Essa é uma das novas regras do papá: não me dar de comer, antes do jantar, nada que perturbe a minha fome. Chicletes e afins estão fora de questão. Mas ainda o convenci a dar-me uma cenoura crua…
quarta-feira, 9 de abril de 2008
Diálogos
(De manhã, antes de sair para a escola)
Eu: Quero folar.
Papá: Não temos folar em casa. E agora também não é hora de comer folar. Só se pode comer folar de vez em quando.
Eu: Mas a mamã come muito folar!
Eu: Quero folar.
Papá: Não temos folar em casa. E agora também não é hora de comer folar. Só se pode comer folar de vez em quando.
Eu: Mas a mamã come muito folar!
Diálogos
Eu: quando vem o Natal?
Papá: Ainda falta muito. Mas recebeste tantas prendas nos teus anos! O papá e a mamã deram-te prendas, os avós também, o tio João e a tia Lénia, a tia Neta e a bisa Natália… E a escola também te deu uma prenda.
Eu: Mas a escola não tem mãos!
Papá: Ainda falta muito. Mas recebeste tantas prendas nos teus anos! O papá e a mamã deram-te prendas, os avós também, o tio João e a tia Lénia, a tia Neta e a bisa Natália… E a escola também te deu uma prenda.
Eu: Mas a escola não tem mãos!
terça-feira, 8 de abril de 2008
Pequeno-almoço original
Acordei. Calcei as pantufas sozinha. Bebi o leite. Fiz chichi e molhei um bocadinho o pijama. Li livros. O papá lavou-me e vestiu-me. Até aqui tudo normal. A novidade veio a seguir: «Quero sumo de laranja. E bolachas para molhar», disse eu ao papá. Lá teve ele de espremer umas laranjas para fazer um sumo onde eu mergulhei as bolachas Maria – é um pequeno-almoço original, não é?
segunda-feira, 7 de abril de 2008
Vestido novo
Sono
Esta noite foi um castigo para jantar - foi precisa muita insistência para me conseguirem fazer comer alguma coisa. Mas acabei por comer a sopa toda e ainda umas garfadas de arroz com carne moída. Sumo e fruta não quis. E, ao contrário do habitual, nem sequer pedi guloseimas. Acho que o meu problema era o sono - a caminho de casa adormeci no carro, depois voltei a acordar quando o papá me transportou para a cama, mas logo após ter ouvido uma história da Miffy

Diálogos
(no carro, a caminho da escolinha)
Avó São: Este ano ainda não fui à Feira de Março.
Eu: Deixa lá, vais comigo.
Avó São: Este ano ainda não fui à Feira de Março.
Eu: Deixa lá, vais comigo.
sexta-feira, 4 de abril de 2008
Vomitar
Depois de ontem ter passado o dia todo mal-disposta e de ter vomitado à noite, hoje espero estar em condições de comer as guloseimas todas que me apetecer. De manhã acordei bem-disposta - o pior parece que já passou.
quinta-feira, 3 de abril de 2008
A crescer
Estou quase a fazer três anos e começo a perder o estatuto de bebé. Estou a crescer. Já digo palavras como “profundamente”, o leite passou a ser “leite” e não “titito”, a minha boneca Camila, durante tanto tempo inseparável, já fica muitas vezes esquecida a um canto... Pequenos sinais de que não serei pequenina para sempre.
quarta-feira, 2 de abril de 2008
Diálogos
(eu estava com comichão no nariz, o que acontece bastantes vezes, porque saio a ti, mamã)
Avó São: Temos de te comprar um nariz novo.
Eu: Sem ranho.
Avó São: Temos de te comprar um nariz novo.
Eu: Sem ranho.
Chocolates
Há dois tipos de chocolate: para crianças e para homens ou gente grande. Os primeiros são por exemplo as barras da Kinder; os segundos são as tabletes grandes. Eu gosto dos dois tipos, mas hoje preferi um bocadinho de chocolate da gente grande (e mereci comer o chocolate, porque jantei bem).
Diálogos
(antes do jantar, quando o papá estava a comer uma fatia de pão com manteiga)
Eu: Quero um bocadinho de pão com manteiga.
Papá: Comes depois de comer a sopa, o peixinho e a fruta.
Eu: Mas tu também ainda não comeste a sopa!
Eu: Quero um bocadinho de pão com manteiga.
Papá: Comes depois de comer a sopa, o peixinho e a fruta.
Eu: Mas tu também ainda não comeste a sopa!
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