domingo, 30 de setembro de 2007

De regresso a Aveiro

Depois de ter passado o fim-de-semana em Montemor com a avó Tita, o avô Bitó, o Gui, a tia Lénia e o tio João Pedro, voltei a Aveiro, primeiro para a casa da avó São e do avô Jorge - onde tomei banho e jantei - e depois para a minha casa. No caminho para casa, ainda fui tendo energia para cantar nos intervalos do sono e quando chegámos bebi o xarope para a tosse - que nunca mais me larga! -, lavei os dentes, calcei umas meias e bebi o titito. E depois fui para a caminha que amanhã é dia de ir para a escolinha. Pedi ao papá para deixar a luz do corredor acesa e adormeci. Quando acordar, chamo «papá, papá» bem alto para começar um novo dia.
Dorme bem, mamã. Adoro-te.

sábado, 29 de setembro de 2007

Dia de ir à médica

Ontem foi uma noite agitada: acordei às 3 da manhã toda molhada de chichi e o papá teve de me mudar o pijama e levar para a cama dele. O papá estava doente e não conseguia dormir e decidiu pegar num rádio para ouvir música; eu não percebi o que ele estava a fazer e julguei que se estava a preparar para se levantar e a procurar os óculos na mesinha de cabeceira, por isso pedi-lhe: «Os óculos não. Fica aqui».
Depois a avó Titã e o avô Bitó foram-me buscar à escolinha e eu fiquei toda contente por vê-los. A avó foi comigo e com o papá à médica, que me fez uma série de maroteiras: mediu-me, pesou-me, enfiou-me um pau pela boca abaixo, apalpou-me a barriga e outras coisas, e nem o papá nem a avó fizeram alguma coisa para a impedir. Apenas diziam coisas como «Não custa nada», «Nós estamos aqui contigo» ou «Está quase a acabar». Ficou registado!
Depois desta tortura fui para Montemor, para bem longe daquela senhora! Nunca mais vou à médica! Ouviram?

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Diálogos

Papá: Posso ir para a tua escolinha?
Eu: Não.
Papá: Porquê?
Eu: Porque é minha. Tu vais para a tua.

Exterminadora implacável

Hoje não bati em ninguém na escolinha. A professora Daniela disse ao papá que tinha quase a certeza que ontem eu só bati no Jorge porque ele me fez alguma maroteira primeiro. A minha versão é igual à do Scolari: eu limitei-me a responder a uma agressão.
De resto, comi bem, dormi bem e brinquei muito. Depois o papá foi-me buscar cedinho e fomos passear a Aveiro - ele levou-me ao parque infantil e estive lá a brincar quase uma hora. E ainda ficava outra e outra e outra... Pelo meio apeteceu-me fazer chichi e o papá levou-me à casa de banho, mas depois o chichi não saiu. Mais tarde pedi ao papá para me pôr uma fralda e aí sim, saiu tudo o que tinha a sair, cocó incluído.
Já em casa, os meus brinquedos do banho transformaram a banheira numa espécie de jardim zoológico. Já lavadinha e de pijama vestido fomos jantar - da sopa (de alho francês, feita pelo papá) só comi três colheres, e só porque o papá me ameaçou que só assim eu podia comer as 'almongas'; ainda experimentei couve-flor e até que nem é nada mau. Sumo e maçã (das nossas, das poucas que não tinham bicho) completaram o menu preparado pelo Chef Papá.
Quando estava na cozinha vi um insecto pequenino a passear por lá e fui atrás dele; encontrei-o pousado numa parede, ao meu alcance, e vai daí... zás!, uma palmada bem dada que o matou... Eu acho que fiquei assustada ou com remorsos, porque desatei numa choradeira que só o colinho do papá conseguiu parar. «Mmaaattteeei aaa moooscaaa!», solucei eu. O papá deu-me muitos beijinhos e o desconsolo passou...
Depois fomos passear no bairro e como não estava quase ninguém na rua eu perguntei: «As pessoas?» O papá disse que as pessoas estavam em casa a preparar-se para ir dormir, mas eu acho que não acreditei... Ainda estivemos um bom bocado a olhar para a lua, que estava muito redondinha.
E amanhã é dia de ir à médica. Espero não ter pesadelos. Vou pensar em ti, mamã, para ter sonhos cor-de-rosa. Dorme bem.

Dormir até muuuuuuuuuuito tarde

Hoje eu e o papá levantámo-nos muito, muito, muito tarde: passavam 5 minutos das 8 da manhã. Eu acordei cedinho, mas o papá levou-me para a caminha dele e ainda lá fiquei a passar pelas brasas até me apetecer o titito.
Hoje na escolinha vou tentar não bater em ninguém.

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Hoje bati num menino

Hoje bati num menino lá da escola, o Jorge. A professora Daniela contou ao papá que desconfiava que o Jorge me tinha batido primeiro e que eu me limitei a responder. Mas não foi nada de especial, apenas um pequeno arrufo...
Quanto ao resto, almocei bem e dormi bem. Depois o papá foi-me buscar e fomos para casa. Durante a viagem de carro, fui o tempo todo a pedir pêssegos ao papá e obriguei-o a ir comprá-los à mercearia lá do bairro. E depois não os comi!
Ao jantar voltei a não comer a sopa, mas o resto - frango com arroz, sumo e morangos - soube-me bem. Depois andei um bocadinho com os óculos escuros em casa enquanto brincava com o papá.
Até amanhã, mamã.

Generala

Alvorada às 6.30. É a tropa que o papá nunca fez, e quem manda sou eu, generala com as estrelas todas! Ele é o soldado raso, e sem direito a pré! Talvez um dia destes o promova a segundo-cabo.
Tarefas que o mandei cumprir hoje de manhã: dar-me o titito morno no copo do Noddy com palhinha, na sala com a televisão sintonizada nos desenhos animados; lavar-me; vestir-me; levar-me à escolinha enquanto ouvimos a música dos patinhos.
E logo há mais ordens para cumprir! Ele que se prepare!

terça-feira, 25 de setembro de 2007

Milagre

Um milagre, garantiu o papá! E dos grandes! Hoje decidi finalmente comer sopa ao jantar. Depois de vários dias sem que tivesse engolido uma gotinha que fosse desse caldo que em má hora alguém decidiu inventar, lá fiz a vontade ao papá e comi uma pratada quase cheia. E devo reconhecer que até nem me soube nada mal! Depois ainda comi peixinho, bróculos, cenoura, batatas, morangos e sumo de laranja e maçã. Havias de ver, mamã, fiquei cá com uma barriga! Mas não penses que fiquei molengona! Nem pensar! Ainda tive energias para brincar com o papá e de o obrigar a enfiar-se na minha casinha, onde lhe pedi para fazer desenhos. Um dos desenhos que lhe pedi para fazer foi do avô Jorge e o papá perguntou se ele tinha muito ou pouco cabelo. «Pouco», disse-lhe eu.
Antes disso, o papá foi-me buscar à escolinha, onde aconteceram dois imprevistos: fiz chichi nas calças quando estava a fazer ó ó e quando estava a almoçar. Ups! Esqueci-me de avisar!
Hoje fartei-me de pintar com os meus amigos - desenhei uma bola azul, amarela, verde e vermelha.
Depois fui com o papá passear a Aveiro (pelo caminho disse «ui, que cheirete!» quando passámos pela ria) - fomos ao parque infantil, onde brinquei com uma menina chamada Marta, comprámos um pato que grasna para o banho (foi um castigo para o papá me tirar da loja, porque eu queria experimentar os brinquedos todos) e ainda aproveitei para fazer um cocozito.
Depois fomos para casa onde tomei banho já com o meu novo pato - eram três na banheira, além de duas baleias, um cavalo marinho, duas estrelas do mar, dois barcos e mais brinquedos (quase que nem se via a água!).
Depois jantei, limpei o chão com a esfregona enquanto o papá lavava a loiça, brinquei e bebi o titito para ir fazer ó ó, tudo enquanto ouvíamos um disco de um senhor chamado Sérgio que parece que é um bocadinho gordo - «Andas aí a partir corações, como quem parte um baralho de cartas...»
Até amanhã, mamã. Um grande beijinho meu e outro do papá.

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

De volta à escolinha

Hoje voltei a ir dormir um bocadinho para a cama do papá. Ontem à noite estava triste e nem me apetecia comer. Depois de um fim-de-semana de tantas emoções, estava mesmo a precisar de uma noite bem dormida – ainda acordei uma vez, mas o papá levou-me para a caminha dele e dormi até quase às 8 horas (o papá é que não dormiu grande coisa porque ele diz que eu me mexo muito). De manhã já estava mais bem-disposta e ainda tive um bocadinho de tempo para ver desenhos animados (a Miffy e o Noddy), antes de ir para a escolinha ter com os meus amigos e as minhas professoras.

domingo, 23 de setembro de 2007

Alegrias e tristezas

Este foi um fim-de-semana de grandes alegrias e de grandes tristezas. Maior alegria: a mamã voltou. Maior tristeza: a mamã partiu outra vez.
Pelo meio, eu, a mamã e o papá passeámos muito, brincámos, fomos ao parque infantil, vimos o mar, comemos gelados e batatas fritas, dormimos juntos, démo-nos muitos beijinhos e xi-corações, ouvimos música, lemos histórias, regámos a relva, fomos à Costa Nova e à Vagueira, vimos a lua e as estrelas, comprámos roupa quentinha para mim, andámos de patins, corremos, rodopiámos, fizemo-nos cócegas e muitas, muitas outras coisas de que eu agora já não me lembro.
Foi tão bom ter-te aqui, mamã! Volta depressa! Adoro-te.

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Pai Natal

Esta noite vou dormir em casa do avô Jorge e da avó São porque o papá vai buscar a mamã, que chega de avião com muitas prendinhas para mim. Em casa do avô e da avó fiz algums birras - não queria vestir o pijama, não queria comer, etc, etc, etc. Os adultos têm de perceber que quando uma bebé está com sono fica mais birrenta e caprichosa do que o costume.
Antes de ir para casa do avô e da avó, o papá levou-me ao parque infantil depois de me ir buscar à escolinha. A Daniela disse-lhe que eu me continuava a portar bem e que não arranjava conflitos com ninguém, ao contrário de outros meninos.
Quando estava a passear com o papá, ele fez-me vestir o casaco porque estava um bocadinho de frio. Ele explicou-me que tínhamos entrado no Outono e que o Inverno estava quase a chegar, e com ele o vento, o frio e a chuva. «E o Pai Natal», acrescentei eu. O papá perguntou-me o que eu queria receber no Natal e eu disse-lhe que queria uma bola, um balde, uma pá e um ancinho. Espero que o Pai Natal seja generoso comigo!

Uma boa noite de sono

Hoje passei a noite toda a dormir – foi uma noite sem história. De manhã ainda ensaiei uma ou outra birra, mas nada de especial: não me queria lavar e não queria beber o titito a não ser no copo do Noddy.

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Arrebitada

A Daniela disse hoje ao papá que eu já estava mais «arrebitada» na escolinha, mas que isso não significava que eu me andasse a portar mal.
Hoje descuidei-me e fiz chichi nas calças. Mas em contrapartida dormi sem fraldas e acordei sequinha.
Ao almoço comi tudo menos a massa. Ao jantar comi tudo menos a sopa.
Adeus, mamã. Vou sonhar contigo.

De óculos escuros à noite

Ontem esqueci-me de te dizer que quando fomos passear a seguir ao jantar levei os óculos escuros. Fiz cá uma figuraça!
Hoje, depois de uma noite em que voltei a ir para a cama do papá ainda de madrugada, lá fui para a escolinha. «Fica um bocadinho comigo», pedi.
O papá disse à Daniela que eu andava a recusar comer a sopa ao jantar e perguntou-lhe se eu na escolinha a comia e ela garantiu que sim. E também disse que com outros meninos e meninas acontecia o mesmo: comer a sopa na escola e não a comer em casa.

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Mais uma batalha vencida na luta contra o opressor doméstico

Pelo quarto jantar seguido não comi a sopa. De uma coisa podes estar certa, mamã: o papá tentou de tudo para eu a comer, mas eu não cedi e disse para a comer ele. Ele tentou várias abordagens: mansa («come a sopa, fofinha»), persuasiva («come a sopa, vá, anda lá, come a sopa»), brincalhona («a sopa vem de avião até à boca da Carolina, brrrrum»), zangada («come a sopa imediatamente»), condescendente («vá, come a sopa se não ficas pequenina»), mas nada resultou. Foi uma batalha de dez minutos que o papá não conseguiu vencer. O resto do jantar até nem comi mal - uma almondega e meia, arroz, bróculos, milho, pão, sumo de maçã e morango, morangos e duas fatias de bolo de mármore.
Depois fomos os dois passear um bocadinho no bairro e eu ouvi um bebé a chorar e perguntei ao papá: «o bebé está no médico?» O papá riu-se e disse que não, e depois lembrou que para a semana tenho eu de ir à médica. Oh não!!!!!!!!!! Que tortura que vai ser! Espero que ela não me enfie aquela coisa pela goela abaixo e que deixe os meus ouvidos em paz! E espero que não me obrigue a ficar hirta que nem uma barra de ferro para me medir!
Durante o passeio ainda falei um bocadinho com a avó Tita, com o avô Jorge e com a avó São, mas foi só mesmo para dizer «olá», que eu não gosto de telemóveis... No fim da primeira volta ao quarteirão pedi ao papá para continuarmos a passear e ele fez-me a vontade. Aproveitámos para ver a lua e as estrelas e o papá disse que um dia me ensinava as constelações (mas também disse que primeiro tinha que as aprender).
Depois voltámos para casa e acabámos o dia a pôr uma fralda, a beber o titito (sempre na sala, sentada no sofá) e a ir para a caminha.
A minha vida com o papá é feita destes rituais de tarefas a cumprir - banho, vestir, jantar, fraldas...; logo, é feita de pequenas zangas e amuos. Mas é sobretudo feita de muito amor e ternura. «Adoro-te, papá», disse-lhe eu quando fui fazer ó ó.
E também te adoro, mamã.
Até amanhã.

Porquê dormir sozinha?

Hoje acordei muito cedo, ainda mais cedo do que o habitual – 6.20. O papá levou-me para a caminha dele e ainda dormi até às 8.30. Eu gosto muito de dormir na caminha do papá junto a ele e eu sei que ele também gosta. Não percebo por que é que dormimos separados em vez de dormirmos todas as noites na mesma cama! Ele diz que cada um tem a sua caminha e blá blá blá, que eu tenho de me habituar a dormir sozinha e blá blá blá, que eu já não sou nenhuma bebé pequenina para dormir com o pai e blá blá blá… Entra-me tudo por um ouvido e sai pelo outro! Como eu hoje acordei mais tarde, cheguei mais tarde à escolinha, mas ainda a tempo de ouvir a história que a Daniela conta todas as manhãs.

terça-feira, 18 de setembro de 2007

Não quero sopa!

Hoje, em casa do avô e da avó, voltei a não comer sopa ao jantar. Mas o peixinho marchou todo, olhos e tudo! E no fim ainda comi um bocadinho de bolo de mármore...
Depois do jantar fui bisbilhotar a carteira da avó e encontrei umas moedas e a ela perguntou-me o que se poderia comprar com elas. Eu respondi: «chucuate, chupa-chupas e rebuçados». Estavam à espera que eu dissesse o quê? «Alfaces, tomates e beringelas», não?
Depois eu e o papá voltámos a casa e ainda brincámos um bocadinho - ainda estive a limpar o rabo a uma boneca com um toalhete e a pôr-lhe uma fralda. Com isto tudo, o papá nem viu o futebol todo, mas acho que ele não se importa porque gosta mais de brincar comigo...
E assim se passou mais um dia. Até amanhã, mamã. Dorme bem.

Rabugenta

Hoje acordei rabugenta – fiz birra porque o papá me ajudou a despir o pijama mas eu queria despi-lo sozinha; fiz birra porque queria pintar com as aguarelas mas o papá disse que já não havia tempo; fiz birra porque não me queria lavar… Depois o meu humor foi começando a melhorar e fui a cantar no carro na viagem para a escolinha. Quando lá chegámos, pedi ao papá para ficar um bocadinho e ele ficou a ver-me brincar.
Até logo.

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Quando for grande, se calhar quero ser cantora

A professora Daniela disse ao papá que eu hoje me portei muito bem na escolinha e que passo o dia a cantar. «Muitas vezes é ela que começa a cantar e depois vamos todos atrás», disse ela. Quando for grande, se calhar quero ser cantora e cantar, cantar, cantar...
Ao jantar não me apeteceu comer a sopa e o papá ficou um bocadinho zangado comigo. Até disse «Que teimosa, pá!» Eu, como de costume, imitei-o e disse também «Que teimosa, pá!» e ele começou-se logo a rir. Ninguém consegue ficar zangado comigo por muito tempo!
Depois brincámos um bocadinho antes de beber o titito e ir fazer ó ó.
Até amanhã, mamã. Adoro-te.

Vergonha

A noite de hoje foi bastante agitada - dormi bem (só acordei uma vez e adormeci logo a seguir) mas fartei-me de sonhar, disse-me o papá. Ele contou-me que falei muito durante o sono e disse coisas como «a mamã também vem»... De manhã acordei muito bem disposta e com vontade de ir para a escolinha.
Depois do titito, fiquei com uma grande vontade de fazer cocó e pedi ao papá para me pôr uma fralda. Ele perguntou se eu não preferia utilizar o bacio, e eu respondi que não porque tinha vergonha.

domingo, 16 de setembro de 2007

Avô e avó outra vez

Outro dia em grande, agora em Montemor com o avô Bitó e a avó Tita. Que rico fim-de-semana!

sábado, 15 de setembro de 2007

Avô e avó

O dia inteirinho passado com o avô Jorge e com a avó São. Querem melhor?

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Diálogos

(Depois de sair da escola, a chegar ao carro)
Eu: A mamã?
Papá: Está na escolinha dela, a dar aulas aos meninos.
Eu: Foi de carro?

A semana acabou

Hoje foi dia de ir para casa do avô e da avó - não preciso de te contar a minha felicidade, pois não? Antes, o papá foi-me buscar à escolinha e fomos os dois passear para Aveiro - andámos os dois de mãos dadas e eu ao colo dele, lanchámos, fomos aos escorregas, fiz cocó, voltámos aos escorregas e só depois fomos para casa do avô e da avó. Lá tomei banho, jantei muito bem, obriguei a avó a jantar em dois minutos, dei de comer ao avô, fiz chichi, ouvi música e depois fingi que estava com muito, muito, muito sono e que tinha de me deitar depressa na caminha, tudo para o papá não me levar para casa. E resultou! Sou uma espertalhona! E agora vem aí o fim-de-semana...
Adoro-te mamã. Um beijinho meu do tamanho do mundo e outro do papá.

Uma grande conquista

Todos nós temos sonhos e objectivos a cumprir na vida. Às vezes não os conseguimos concretizar, mas devemos sempre lutar por eles. Lá virá o tempo em que terei elevadas e nobres aspirações, como ser astronauta, bailarina, veterinária ou bombeira, e em que quererei mudar o mundo para melhor e essas coisas todas... Para já, enquanto sou pequenina, os meus objectivos são bem mais prosaicos: comer a maior quantidade de chocolate e gelado que me deixarem, andar o mais tempo possível com as chinelas do dedo, ouvir a «Gabriola» 50 vezes seguidas, riscar os livros todos, «conduzir» ou andar de escorrega... E, claro, passar a noite na cama do papá e não na minha. Foi esta a minha grande conquista da última noite, graças aos mais sofisticados métodos de persuasão: acordar às 2.30 da manhã, quando o papá está profundamente vergado pelo sono, e começar a berrar para ele vir acender a luz do corredor; da primeira vez ainda foi o que ele fez, deixando-me na minha caminha (pensava ele que a dormir, ó ingenuidade!), mas cinco minutos depois a minha segunda tentativa foi finalmente bem sucedida - ele pegou em mim e levou-me para junto dele. De maneira que passei boa parte da noite a dormir onde eu gosto - mais um feito para o meu currículo de sucessos.

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

«É muito bom. Eu gosto disto»

A caminho de casa, depois da escolinha, viemos a ouvir música de um tal Bêtôva - eu não queria muito, mas o papá diz que não posso ouvir só os «patinhos», a «abelha Maia» ou «a loja do mestre André».
Ao jantar não comi assim muito bem - o papá disse que, desde que estou com ele, foi a refeição em que comi pior. Mesmo assim ainda comi quase meio linguado, um bocadinho de sopa e muita fruta - quase duas fatias de melão e meia banana. Depois veio a melhor parte: o gelado. O papá disse que eu não merecia porque não comi o peixinho todo, mas lá cedeu e juntos aviámos meia embalagem de Carte d'Or de chocolate (acho que ele comeu um bocadinho mais do que eu, mas eu não fiz má figura e honrei o estatuto de gulosos que existe na família). «É muito bom. Eu gosto disto», disse-lhe eu. O papá estava a comer o gelado directamente da embalagem mas eu disse-lhe que era todo para mim; mas como ele parecia estar mesmo com vontade, lá o deixei comer um bocadinho, mas mandei-o ir buscar um prato.
Depois fomos passear um bocadinho no bairro - com as sandálias do dedo, claro! -, antes de irmos para casa brincar.
Hoje o papá disse-me que encontrou numa agenda a inscrição que estava à entrada da maternidade onde eu nasci: «cujusque rei potissima pars principium est». Ele não me soube dizer o que significava, mas prometeu que ia tentar descobrir.
Um grande beijinho para ti, mamã, e tem sonhos cor-de-rosa.

Sou um palhaço

Hoje acordei a cantar «sou um palhaço». Estava muito bem disposta e em pulgas para ir para a escolinha, por isso facilitei a vida ao papá e não fiz birras, embora ele me tenha dado um bom pretexto para isso quando não me deixou calçar as sandálias de enfiar no dedo - eu gosto muito daquelas sandálias e se pudesse até dormia com elas.
A palavra que o papá me tentou ensinar hoje, quando me estava a lavar, foi tépida - ele diz que é a mesma coisa que morna e eu até gosto de a pronunciar, mas não sei se daqui a bocado ainda me vou lembrar dela... Tépida, tépida, tépida, tépida, tépida, tépida, tépida, tépida, tépida, tépida, tépida, tépida, tépida, tépida, tépida, tépida, tépida, tépida, tépida, tépida, tépida, tépida, tépida...
O papá farta-se de rir quando me vê a despir o pijama - gosto de ser eu a fazê-lo («só a bebé», ordeno eu quando ele me tenta ajudar), mas acho que sou um bocado desajeitada. Mas como também digo ao papá, é uma tarefa «muito difícil».
Beijinho e até logo.

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Muitas saudades

O papá foi-me buscar à escolinha e a caminho de casa passámos pelo sítio da Feira de Março. Se eu recebesse uma moedinha de cada vez que fiz o papá prometer levar-me aos carrosséis no próximo ano estava mais rica que o Belmiro de Azevedo. E fi-lo prometer que a avó, o avô e a mamã iam connosco andar nas girafas.
Ainda na escolinha, ouvi o papá falar sobre mim com a minha professora Daniela - ela disse-lhe que eu me portava muito bem e que não era conflituosa com os outros meninos; disse-lhe ainda que eu andava a dormir e comer muito bem - e sozinha!; e disse-lhe também que eu ia começar a fazer ó ó sem fralda, o que é um grande desafio... O papá ficou muito contente e orgulhoso de mim e fartou-se de me dar beijinhos.
Já em casa, estava com fome e jantei muito bem. Pouco depois, quando estava no quarto a brincar com o papá, pedi o titito e fui dormir, que isto de andar o dia todo na brincadeira cansa muito. Quando o papá me pôs na caminha senti taaaaaaantas saudades da mamã que chorei um bocadinho... Mas estava com tanto soninho que adormeci depressa, agarrada ao meu cãozinho.
Adoro-te mamã. Um beijinho muito grande e um xi-coração muito apertado.

Desenhos animados para começar o dia

Hoje, quando acordei, não me apeteceu ir para a cama do papá - o que eu queria mesmo era beber o titito e ver desenhos animados. Depois, ao som de «todos os patinhos...», ajudei o papá a fazer a cama dele - fui eu que puxei as pontas dos lençóis e do edredão para cima - e fui para a escolinha. Pedi ao papá para ficar um bocadinho e ele ficou, à entrada da sala, a olhar para mim, enquanto eu me encarregava de desarrumar os brinquedos.

terça-feira, 11 de setembro de 2007

Jantar em casa dos avós

Quem me foi hoje buscar à escolinha foi o avô Jorge e a avó São, que me levaram para casa deles - o papá trabalhou até tarde mas ainda apareceu a tempo de jantar. Foi bom para matar saudades dos avós e ainda houve tempo para brincar um bocadinho com eles. Depois regressei a casa com o papá e na viagem passámos pelos correios onde a mamã costuma comprar roupa para mim. Quando o papá me pôs na caminha, apesar de estar com muito soninho ainda me apeteceu cantar um bocadinho - vai daí estive cinco minutos a cantar o «Atirei o pau ao gato, to, to, mas o gato, to, to...»
Adoro-te mamã. Até amanhã.

Amanhecer tranquilo

Uma noite bem dormida – acordei às 7.10 com um cão a ladrar – e um amanhecer com o ritual do costume: ir um bocadinho para a cama do papá, beber o titito, lavar, vestir, comer e ir para a escola. O papá vestiu-me o bibe ao contrário, com os botões para a frente – hi hi hi.
Até logo.

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

As birras prometidas

O papá foi-me buscar à escolinha e quando me estava a pôr na cadeirinha do carro tirou-me a mochila das costas. Ora aí está um bom pretexto para uma birra, pensei eu. Vai daí, comecei a exigir, com muito maus modos, que voltasse a colocar a mochila no sítio. Ele bem tentou argumentar que com a mochila nas costas a viagem de carro ia-me ser desconfortável, mas uma birra começada tem de ser levada até ao fim - é uma das minhas regras de vida. Quando chegámos a casa, apetecia-me uma bolacha de arroz, que o papá não me quis dar por causa do banho e do jantar. Lá me deu ele novo pretexto para mais uma birra - digamos que foi uma birra de grau 7 numa escala até 10. Estava cumprida a minha tarefa de fazer com que o papá não pense que eu sou dócil e fácil de educar.
Ao jantar comi muito bem e depois fui passear com o papá pelo bairro. Para acabar o dia, uma sessão de brincadeira no meu quarto até ficar com sono (ia adormecendo encostada ao papá, em cima das almofadas). Por fim, chichi, titito e cama, que amanhã é outro dia.
Adoro-te mamã.

De volta à escolinha

Mais uma noite bem dormida. Hoje acordei às 7.10 (ontem acordei às 6.55, talvez amanhã acorde às 7.25…), chamei pelo papá bem alto e ele foi-me buscar e levou-me para a cama dele, onde ainda passei pelas brasas até às 8.30, bem juntinha a ele. Depois o papá levou-me o titito à cama (no copo do Noddy, morninho e com palhinha, como eu gosto – o papá está bem amestrado!) e depois lavou-me a cara, o pipi e o rabo e ainda lavei os dentes. A seguir vestiu-me e até acho que não ia nada mal – saia azul, camisola azul (um tom um bocadinho acima, com uma boneca estampada), um casaco cor de rosa (porque estava um bocadinho de frio e eu estou constipada) e umas sandálias. O que dizes mamã? O papá tem jeito e ainda vai para estilista! Até acho que tem mais bom gosto que tu!
Depois levou-me à escolinha e eu lá fiquei sem birras. Ontem prometi fazer uma birra para não habituar mal o papá mas de manhã não me apeteceu. Fica para logo. Depois conto-te.
Beijinho.

domingo, 9 de setembro de 2007

Diálogos

(a cena passa-se logo a seguir ao jantar)

Eu - Vai para dentro da casa!
Papá - O papá agora tem de lavar a loiça.
Eu - A mamã lava!

Reprimenda ao papá

Hoje dei uma valente reprimenda ao papá - íamos nós de carro para Aveiro quando o vi com um dedo enfiado na boca. «Não roas as unhas!», ordenei eu. Ele disse qualquer coisa como «olha outra!», mas obedeceu. Assim se vê quem manda lá em casa!
Foi um dia bem passado - depois de uma boa noite de sono, fui com o papá à Costa Nova para tomar o pequeno almoço (torrada e carioca de limão, já depois de ter bebido o titito* em casa) e à tarde fomos passear para Aveiro (depois de brincar no parque infantil o papá comprou-me um gelado - acho que sou muito lambareira, mas a culpa é dos genes).
Para ficares descansada, mamã, ficas a saber que comi muito bem ao almoço e ao jantar, e ainda ao pequeno almoço e ao lanche. Além disso, hoje não fiz grandes birras - amanhã tenho de fazer pelo menos uma para não habituar mal o papá.
Para o relatório do dia ficar mais completo, ainda te posso dizer que hoje fiz cocó uma vez - ainda te lembras daquele meu cocó pastoso, que se agarra bem à pele, castanho escuro e muito mal cheiroso? Pois foi assim...
Cada vez tenho mais saudades tuas. Adoro-te mamã. Dorme bem e até amanhã.
* Tenho que deixar de dizer titito e passar a dizer leitinho.
PS: já descobri a escova de dentes da música; para a próxima tens de a esconder melhor!

sábado, 8 de setembro de 2007

O papá chegou

Hoje foi o dia em que o papá chegou e eu fui esperá-lo ao aeroporto com a avó e o avô. Para azar dele, criaram um parque infantil no aeroporto e estava-me mesmo a apetecer brincar nas casinhas e nos escorregas, por isso não houve grandes lamechices no reencontro. Quando o vi fui a correr para ele, agarrei-o por um braço e levei-o para brincar comigo no parque infantil e depois foi o cabo dos trabalhos para me tirarem de lá.
À tarde fomos passear, ele e eu. Levou-me a outro parque infantil, já em Aveiro, e depois comprou-me um livro com plasticina para moldar.
Durante o dia andei sempre muito entretida, mas à noite senti muitas saudades tuas, mamã. Fartei-me de perguntar por ti ao papá e estava-me mesmo a apetecer um beijinho teu antes de ir fazer ó ó. Mas como estava muito cansada, adormeci num instante - mas só com a luz do corredor acesa e a porta bem aberta, porque se não ficava acordada a noite toda. Ai ficava, ficava...
Aquela luz de presença que vocês me compraram é uma porcaria, não gosto nada dela. Se quiseres podes levá-la para a Madeira, para não teres medo do bicho papão.
E onde é que puseste a minha escova de dentes com música?
Adoro-te mamã. O papá manda dizer que também te adora.
Até amanhã.