quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

O que não quero para o Natal

É feio!

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Canção

Uma canção que já sei de cor:

Atirei o Pau ao gato
Mas o gato, não morreu
Dona Chica assustou-se
Com o berro, com o berro
Que o gato deu, miauuu.

Encostado à chaminé
Veio uma pulga
Mordeu-me o pé
Ou ela chora
Ou ela grita
Ou vai-se embora
Pulga maldita.

Encontrei uma casinha
Que era feita
De capim
Tinha lá dentro
Uma lagartixa
A olhar para mim
A olhar para mim
E fez pssssssssss, pssssssssss

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

«Não quero o pau!»

Ontem fui à médica, por causa da tosse. Foi uma consulta muito rápida e eu portei-me muito bem – não chorei, não choraminguei, não resmunguei… Bem, só choraminguei um bocadinho antes da consulta, quando disse ao papá: «Não quero o pau!» (com isto quis dizer que não queria que a médica me enfiasse aquela espátula horrível pela goela abaixo).
A médica disse ao papá para me dar Ventilan, um inalador que se aplica com uma máscara muito gira. Esta noite já aplicámos o remédio (e depois, de manhã, levei-o para a escola, onde a Daniela disse que eu era a segunda menina com aquele tratamento), antes de lermos um livro e dormirmos (tossi um bocadinho, mas menos do que nas noites anteriores).

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Diálogos

(Hoje está solzinho)
Eu: Já estamos no Verão.
Papá: Ainda não. Ainda estamos no Inverno. E antes do Verão ainda vem a Primavera.
Eu: Eu gosto da Primavera. Para fazer piqueniques.

Prenda

Mamã, já te comprámos a prenda de Natal.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Aviso

O Pai Natal já está avisado: eu quero muitas prendas.

Um ataque de tosse e tudo aquilo que se passou a seguir

Esta noite, à 4 da manhã, tive um ataque de tosse. Estava eu na caminha do papá (claro!) quando comecei a tossir, a tossir, a tossir... Ao fim de 1o ou 15 minutos, o papá decide ir aquecer leite para eu beber, na esperança de que a tosse parasse. Lá foi ele até à cozinha preparar o leite, depois voltou ao quarto, sussurrou-me baixinho para eu me sentar, o que eu fiz, e estava prestes a começar a beber quando reparei que a palhinha era vermelha. Alto lá! Nem pensar! Eu só bebo o leite com uma palhinha azul. E tu sabes disso, papá. Depois de choramingar uns segundos (eu, não ele), lá regressou ele à cozinha para trocar a palhinha. Voltou, sentou-se na cama segurando o copo, eu peguei na palhinha e estava quase, quase a beber o leite quando de súbito me apercebi que me faltava o meu boneco Ruca. Nem pensar em beber o leite sem o Ruca comigo, disse eu ao papá. Depois de mais um choradinho (meu, não dele), lá foi ele buscar o Ruca, que eu tinha deixado no carro. Com a palhinha azul mergulhada no leite e o Ruca ao pé de mim, agora, sim, estava tudo pronto. Tudo? Ainda não. De repente reparei que o papá não me trouxe o leite no copo do Noddy. Oh heresia! Oh sacrilégio! Beber o leite sem ser no copo do Noddy é como comer no bacio, como pôr a árvore de Natal no telhado ou como dormir na banheira. É impensável. Voltei a choramingar até que o papá me trouxesse o copo certo, e perante esta sucessão de exigências ele começou a rir-se. O que se seguirá?, deve ter ele pensado. Só faltou mesmo ter-lhe pedido que fizesse o pino enquanto me segurava no copo. Coisa que ele teria feito, se eu tivesse resmungado um bocadinho mais.
PS: a tosse passou com o leite e pude dormir tranquilamente até de manhã.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Vaidosa

Eu a experimentar uma saia que a mamã arranjou.

Árvore de Natal

A nossa árvore de Natal.

Noite difícil

A noite passada não foi fácil de passar. A caminho de casa, depois do jantar, já me ia a queixar de dores de barriga, mas o pior aconteceu já quando estava deitada e a dormir: vomitei e sujei a cama toda. Fiquei assustada e fartei-me de chamar por ti, mamã. Mas com os miminhos do papá tudo acabou por ficar bem outra vez e dormi como um anjo o resto da noite, já depois de me ter lavado e trocado de pijama. De manhã tudo estava normal e já nem me lembrava das peripécias anteriores.

Promessas vãs

A promessa que eu mais vezes faço e que quase nunca cumpro:
«Vou comer a sopa toda».

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Frases

(Estava com a chupeta na boca, mas devolvi-a a papá)
Toma, papá. Gosto mais do dedo.

Zangados... mas pouco

Outra noite bem dormida na caminha do papá. Mas de manhã, e ao contrário da maioria dos outros dias, apeteceu-me complicar a vida dele – fiz birra para ir para a casa de banho (estava a ver desenhos animados e apetecia-me continuar); fiz birra porque não queria lavar-me; fiz birra porque não queria vestir as calças; fiz birra porque não me apetecia vestir a camisola; fiz birra porque não me apetecia vestir o casaco. O papá teve de se zangar um bocadinho e eu fartei-me de chamar por ti, mamã. Mas logo depois fizemos as pazes e juras de amor eterno.

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Diálogos

Eu: A Daniela fez uma árvore de Natal.
Papá: E onde a pôs?
Eu: No cantinho. E também fez um pesépo.
Papá: Um presépio?
Eu: Sim.
Papá: E o que tinha o presépio?
Eu: Um bebé que nasceu, uma mamã, um papá, os magos...

Regresso à caminha do papá

Depois de na noite de sábado a mamã me ter posto a dormir na minha cama, contra a minha vontade e depois de chorar muita baba e ranho, o papá fez-me a vontade e não me forçou ao suplício de dormir sozinha. Depois de jantarmos em casa do avô e da avó e quando íamos de carro para a nossa casa, eu não parava de repetir «quero dormir na caminha do papá». O papá tem coração mole e cedeu. E assim dormi uma bela noite de sono e só acordei de manhã para cumprir os rituais de sempre: beber o leitinho no sofá, lavar, vestir e ir para a escola. A caminho da escola fomos a ouvir «Que Dolor», uma música da Fanfare Ciocarlia de que eu gosto muito. E não me importo nada de a ouvir duas, três, quatro ou cinco vezes seguidas.

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Parabéns Leonor

Hoje a Leonor, que é da minha turma na creche, fez anos. A mamã dela levou um bolo de chocolate para a escola e ainda dois balões para cada menino e menina. Nós demos-lhe um livro para ela ler. Parabéns Leonor.

Diálogos

(no carro, a caminho da escola)
Papá: O que vais fazer hoje na escola?
Eu: ...
Papá: Vais pintar? Ouvir histórias e música? Vais brincar com plasticina?
Eu: Sim. E vou comprar plasticina para ti, tá bem?
Papá: Está bem. E quanto custa a plasticina?
Eu: Euros.
Papá: Quantos euros?
Eu: Vinte e dois.
Papá: E tens esse dinheiro?
Eu: Tenho.
Papá: E vais comprar mais alguma coisa?
Eu: Chocolates, rebuçados, gomas…
Papá: Onde vais comprar isso tudo?
Eu: No Feira Nova.

sábado, 24 de novembro de 2007

Traumas

Pôr gotas nos olhos
Lavar o cabelo

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Não gosto

Homem-Aranha
Barbas e bigode do Pai Natal

Dedo indicador em riste

Despachado o jantar, é hora da gulodice - uma pequena barra de chocolate que o avô desencanta do bolso das calças ou da camisa. Existe uma iconografia associada a este ritual, que consiste em, sem nunca mencionar o objecto desejado (ou mencioná-lo apenas através das suas sílabas iniciais: «cho» ou «choco»), colocar o dedo indicador em riste, perfazendo um ângulo de 90 graus com o dedo polegar. Basta executar esse gesto para todos perceberem o que eu quero.

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Ainda o bolo


Bolo

Este foi o bolo que o papá fez hoje à tarde. Ou melhor:
ele não o fez; limitou-se a comprar no supermercado a massa já preparada, colocou-a numa forma e depois enfiou-lhe umas nozes em cima. Praticamente não teve trabalho nenhum, mas pelo resultado mais valia que tivesse ficado quieto!

Castanha


Esta foi a castanha de papelão que esta semana fizemos na escolinha. Gostas, mamã?

Não sou só eu

Ontem a seguir ao jantar cheguei a casa a dormir - adormeci no carro do papá, de maneira que ele me levou ao colo para a caminha e eu lá fiquei a noite toda. Ele levou-me para a caminha DELE, e não para a minha. Foi uma oportunidade perfeita para ele me pôr a dormir sozinha na minha cama, mas ele desperdiçou-a. Conclusão: não sou só eu que gosto de dormir com companhia.

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Comi a sopa quase toda

Hoje na escolinha comi a sopa quase toda ao almoço. O papá ficou todo contente e deu-me muitos beijinhos, porque eu agora ando com uma grande aversão à sopa. Quando ele me foi buscar à escola, eu ainda prometi que ia comer metade da sopa do jantar, mas não sei se vou cumprir.
Hoje fiz chichi nas calças e tiveram de me mudar de roupa - às vezes estes acidentes acontecem!
Na escolinha fiz uma castanha de papelão, com olhos amarelos, boca vermelha e cabelos de lã castanha. Estava muito gira e levei-a para casa.
Os catálogos com brinquedos para o Natal vão-se avolumando. Já tenho uns quatro ou cinco, o que torna muito difícil escolher as prendas que quero que me ofereçam. Mas de uma coisa tenho a certeza: não quero nada do Homem Aranha, que é feio e mete medo.
Apesar de ainda estarmos a um mês do Natal, o Pai Natal já está por toda a parte. Vê lá o que me trazes, homem das barbas grandes!
Neste momento em que escrevo está a chover a cântaros. O Inverno chegou.
Adoro-te mamã. Volta depressa.

Boa noite de sono

Uma boa noite de sono, quase sem tosse, até acordar de manhã um bocadinho rabugenta. Mas depois fiquei bem-disposta e fui para a escolinha toda contente.

terça-feira, 20 de novembro de 2007

Aluga-se cama

Mais uma vez dormi na cama do papá. Quando chegámos de casa do avô e da avó, fomos direitinhos para a cama e eu estava tão contente por estar ali, e não na minha caminha, que cantei e palrei durante uns bons minutos. Foi preciso o papá apagar a luz e o quarto ficar às escuras para eu adormecer. E só depois é que o papá pôde voltar a acender a luz para ler um bocadinho.
Vou propor-lhe para alugar ou vender a minha caminha, já que ela não é precisa para nada!

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Conjuntivite

Como eu estou com uma conjuntivite, hoje não fui à escola (ou melhor: fui, mas vim logo embora para não contagiar os outros meninos) e o papá não foi trabalhar. Ele levou-me ao médico, na extensão de saúde de Santa Joana, um brasileiro que me receitou um gel para pôr nos olhos, que eu não deixei o papá aplicar. Ele bem tentou, mas eu não deixei. Havias de ver o que eu gritei por ti, mamã, quando ele me tentava enfiar as gotas nos olhos.
Almoçámos os dois em casa, mas eu não comi grande coisa. À tarde fomos passear para Aveiro - fomos ao parque infantil, fiz um desenho numa barraca para crianças no Forum (o melhor desenho ganha um prémio) que depois enfiei num marco do correio, vimos o Pai Natal (estava sentado a tocar um sino) e comprámos roupa para mim (umas calças e duas camisolas). E comemos um balde de pipocas que o papá foi comprar ao cinema.

Frases

Eu: A avó diz assim: Ó nino!

Frases

Eu (enquanto o papá estava a espremer laranjas para fazer um sumo): O avô também faz assim!

Frases

Eu (dirigindo-me ao papá enquanto estávamos numa loja de roupa onde eu me entretinha a experimentar uns sapatos): Fica aí sossegadinho!

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Frases

Papá (a cantar): Senhora Dona Anica venha abaixo ao seu jardim; venha ver as costureiras a fazer assim assim...
Eu: Tu cantas mal!

Frases

«Eu tenho a avó São e a avó Tita. E tenho o avô Jorge e o avô Bitó».

Lengalenga

Lengalenga que a avó Tita me ensinou:
Dedo mindinho,
Seu vizinho,
Pai de todos,
Fura bolos,
Mata piolhos.

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Parabéns avô

Mais uma noite na cama do papá. Voltei a recusar-me a dormir sozinha, como se estivesse a ser desprezada e abandonada. Nem pensar! O papá ainda me depositou na minha cama (não digo que ele me deitou porque eu, na verdade, não me cheguei a deitar, estive sempre de pé, bem firme), até que desistiu e me pegou ao colo. Mal me vi nos braços dele, apontei para a porta e para a luz, assim como Napoleão a indicar o caminho às suas tropas.

E o papá obedeceu: encaminhou-se para a porta do meu quarto, depois percorreu o corredor, entrou no quarto dele e deitou-me na cama. Mais uma vitória da imperatriz lá de casa!
A meio da noite acordei a chorar e disse ao papá que me doía uma perna. Depois disse-lhe que a dor passou também para a outra perna e exigi que ele me esfregasse creme nas áreas doridas. Só depois acalmei e voltei a dormir, até às 8.45.
Muito antes disso, na escolinha, a Daniela contou ao papá que eu ontem passei por dois sustos. Primeiro foi ao almoço, quando a Leonor vomitou; depois, à tarde, o Dinis sentou-se no bacio mas esqueceu-se de pôr a pilinha para dentro, de maneira que o chichi andou a voar pela casa de banho. Chorei um bocadinho das duas vezes, mas passou depressa.
À noite, e como o avô Jorge fazia anos, fomos jantar a casa dele e da avó São. Também lá estavam a tia Neta e a bisavó Natália. Comi muito bem, menos a sopa, e depois de cantarmos os «Parabéns» e de eu soprar as velas lambuzei-me toda com o bolo de chocolate que a avó São fez. E no fim ainda masquei uma chiclete que saquei da carteira da avó. «Não é para engolir!», ouvi eu umas 200 vezes.
Eu acho que o avô Jorge gostou da prenda que eu e o papá lhe comprámos – um álbum sobre o Douro. Parabéns avô. Adoro-te muito.
Também te adoro mamã.

terça-feira, 6 de novembro de 2007

Na caminha do papá

Depois de duas semanas na Madeira, regressei a casa no último fim-de-semana.
Esta noite (segunda para terça-feira) dormi na cama do papá – ele não me conseguiu convencer a dormir no meu quarto. Mas olha que ele bem tentou, mamã! Eu é que me recusei a fechar os olhos e dormir enquanto ele não me levou para a cama dele. Depois adormeci num instante, mesmo com a luz acesa para ele ler um bocadinho (ainda não eram 10 horas).
De manhã acordei já passava das 8.30. O papá levou-me o titito à caminha, antes de me levantar para me lavar, vestir e ir para a escola. Quando lá cheguei fui a correr para junto dos outros meninos e da Daniela, que ia começar a ler uma história.
Até logo.

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Casa

A nossa casa sem mim.
Vazia.

Avião

Um fim-de-semana com a mamã e o papá (e os avós). E depois a minha primeira viagem de avião, rumo à Madeira, com a mamã e a avó Tita. Duas semanas longe do papá – que falta que eu lhe faço.

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

O que vamos comer agora?

Despachada a sopa, a carne ou o peixe, o sumo e outros estorvos colocados pela gente adulta no caminho da gulodice, surge, fatalmente, a pergunta sacramental: «o que vamos comer agora?» Depois vou empurrando quem detém a chave do tesouro para a cozinha e, na cozinha, para o frigorífico, sem nunca mencionar o objectivo da missão. Claro que a gente adulta já percebeu que o que eu quero é uma barra de chocolate que está depositada, à minha espera, num dos esconsos daquele monstro branco, mas faz-se desentendida e insiste em plantar mais obstáculos no meu caminho. «Não, não é fruta que eu quero, nem mais carne, nem mais peixe, nem nozes…» Até que a resistência da gente grande é quebrada, desistem de me tentar desviar de objectivo tão óbvio, e finalmente um sorriso de excitação e vitória abre-se no meu rosto. E depois é só desembrulhar o papel, a última barreira, e deliciar-me com tão apetitoso maná, até voltar, no dia seguinte, a repetir tudo outra vez.

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Música

É de uma precisão matemática: saímos de casa a ouvir a música da Tia Anica e chegamos à escolinha a ouvir a música dos Moscãoteiros. É sempre assim, todos os dias. Não falha. E no regresso a casa é igual: começamos a ouvir a Tia Anica e depois vamos por aí fora com o galo có có ró có có ró, os passarinhos piu piu piu piu, a vassoura que varre à frente, atrás e mesmo ao cantinho, o pião que dança, o castelinho na montanha até chegar aos Moscãoteiros. Nunca chegamos ao nosso destino antes ou depois dos Moscãoteiros.

terça-feira, 16 de outubro de 2007

No quarto

Este vídeo foi gravado ontem a seguir ao jantar, quando eu estava a brincar com o papá no meu quarto. (Legenda: «Olha o que é! É uma árvore! Olha aqui uma árvore!»)

Diálogos

(Na escolinha, quando o papá me foi buscar)
Papá: Dá cá a mão para descermos as escadas.
Eu: Não. A bebé desce sozinha.
Papá: Dá-me a mão porque podes cair.
Eu: Não. A bebé já é grande.

Guarda-chuva

Hoje falei com a avó Tita ao telefone e ela disse que me comprou um guarda-chuva. Eu gosto muito de guarda-chuvas e gosto de ser eu a transportá-los quando está a chover.
Na escolinha só comi meia sopa, mas em casa comi a sopa toda. O papá voltou a usar a mesma estratégia de chantagem: só me deixou comer o peixinho depois de eu comer a sopa. Eu resisti o mais que pude (foram aí uns dez minutos a choramingar), mas acabei por ceder porque o salmão estava com muito bom aspecto e cheirava muito bem. De maneira que acabei por comer bem e no final tive como prémio um chupa-chupa. Depois fui lavar os dentes e o papá esfregou-mos muito bem esfregadinhos, mas faz um bocadinho de cócegas na língua e nas gengivas e eu farto-me de rir.
Depois brincámos um bocadinho, o papá e eu, antes de beber o titito. Pedi ao papá para me deixar ficar um bocadinho na sala, deitada no sofá com um cobertor por cima, e assim foi. Depois peguei em duas das minhas bonecas e fui para a caminha.

O primeiro dia

Já estavas na Madeira, mamã, quando eu fui pela primeira vez para a escolinha, a 3 de Setembro. Este pequeno vídeo mostra os meus primeiros passos, os meus primeiros gestos, os meus primeiros medos, as minhas primeiras descobertas…

Frases

Eu: Papá, quero um cão!

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Bonecas no carro


Além de mim, esta é a nova prole do papá. Aqui estão as minhas bonecas no carro (qualquer dia o papá tem de comprar uma carrinha para transportar tanta gente).

Frases

Eu: Papá, comi ranho! Comi um macaco!

As minhas amigas bonecas

Hoje voltei a adormecer na minha caminha e a acordar na caminha do papá. Sempre que o papá me leva para a caminha dele, eu durmo até mais tarde. Na última noite foi até às 8. Quando o papá me deitou, eu exigi que comigo viessem quatro das minhas bonecas. E depois de manhã, quando ele me levou para a escolinha, lá vieram elas comigo no carro, a acompanhar-me durante a viagem. Eu gosto muito de cuidar das minhas bonecas: mudo-lhes a fralda, lavo-as, visto-as, falo com elas...
Hoje a professora Isabel não foi à escolinha porque está doente e foi ao médico. Eu portei-me mais ou menos bem: comi quase tudo mas só com ajuda e fiz chichi nas calças enquanto dormia (eu agora durmo sem fralda).
Já em casa, jantei muito bem. Mas só comi a sopa porque o papá esteve dez minutos a fazer chantagem comigo: «Só comes o peixinho e os figos se comeres a sopa primeiro». E assim foi.
Depois ele cortou-me as unhas e eu colaborei - já lá vai o tempo em que só me cortavam as unhas à força. E depois estivemos, ele e eu, um bocadinho abraçados no sofá enquanto o sono me ia vencendo aos poucos.
Um grande xi-coração para ti, mamã, e um beijinho do tamanho do mundo. Adoro-te. E o papá também.

domingo, 14 de outubro de 2007

Fazer chichi, ler e falar contigo

Depois de um fim-de-semana inteirinho com os avós, regressei a nossa casa para amanhã começar uma nova semana. Esta imagem, que tem muito má qualidade (a culpa é do papá), mostra como eu estou a fazer várias coisas ao mesmo tempo: fazer chichi no bacio, falar contigo ao telemóvel (está pousado no chão em alta-voz) e ler um livro.
E não te esqueças do que prometeste: traz gomas!

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Diálogos

(no carro, a caminho do parque infantil)

Eu: Vou tirar as meias.
Papá: Não vais não.
Eu: Vou.
Papá: Deixa ficar as meias, se não ficas com os pés frios.
Eu: Não.
Papá. Não sejas teimosa. Quem manda?
Eu: A mamã.

Outra vez na caminha do papá

Hoje acordei muuuuito cedo, ainda mais cedo do que o habitual - eram 5.55. O papá foi-me buscar ao meu quarto e levou-me para a cama dele (mas só depois de o obrigar a procurar a minha chupeta), e ali ficámos até às 9. Acho que há muito tempo que nem eu nem ele nos levantávamos tão tarde. Depois o papá arranjou-me enquanto ouvíamos cantar um senhor chamado Pavarotti - eu gostei e até dancei um bocadinho. Depois o papá levou-me à escolinha (a fábrica lá perto não estava a deitar fumo pela chaminé), onde desta vez fui a última a chegar (eu sei isto porque os cabides dos outros meninos já estavam todos ocupados com as mochilas deles). Vesti o bibe, dei um beijinho ao papá e lá fui para mais um dia de brincadeira. Até logo.

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

As coisas que eu faço para não comer a sopa

Hoje o papá foi-me buscar cedinho à escolinha e tivemos tempo de ir um bocadinho a Aveiro ao parque infantil. Eu hoje estava um bocadinho envergonhada e só brinquei quando o papá foi comigo para dentro do parque, onde ainda bebi um pacotinho de leite e comi uma bolacha Maria.
Depois fomos para casa e tomei banho ao som da Dona Anicas e da vassoura e do galo... E as músicas da Dona Anicas e da vassoura e do galo voltaram a acompanhar-nos durante o jantar. E depois do jantar voltámos a ouvir as músicas da Dona Anicas e da vassoura e do galo. E depois estivemos a ver no computador os vídeos da Dona Anicas e da vassoura e do galo. O papá já sabe as letras todas quase de cor e de certeza que vai sonhar com a Dona Anicas, a vassoura e o galo (eu vou sonhar contigo, mamã).
Ainda tive tempo de fazer uns desenhos e de experimentar todas as canetas e lápis que estão na secretária da sala.
Quase me esquecia de falar do jantar - comi bastante bem, menos a sopa. Quando comecei a representar a cena da sopa (não quero sopa, não quero sopa, não quero sopa), o papá propôs um acordo: se eu comesse tudo - sopa, salmão, batatas, cenoura, couve-flor e maçã - ganhava direito a um chupa-chupa no final. Então o papá perguntou-me se eu queria o chupa-chupa e eu tive de responder que não, tudo para escapar à sopa. As coisas que eu faço para não comer a sopa! Até recusar um doce! Mais tarde, já depois do jantar, ainda tentei que ele me desse o chupa-chupa, mas ele não cedeu.
Depois bebi o titito, o papá acendeu a luz do corredor, deu-me um beijinho e deitou-me. Mas faltava qualquer coisa, lembrei-me eu. Já sei: a fralda. Tive de lhe lembrar que faltava a minha fralda para eu poder fazer chichi à vontade durante a noite. Bem vistas as coisas, até nem era mal pensado ir para a cama sem fralda, porque assim acordaria a meio da noite com o pijama e os lençóis molhados e o papá teria de me levar para a caminha dele. Mas, pensando bem, isso é o que ele já faz muitas vezes.

Um, dois, tês, cato, cinco, seis, sete, oito, nobe, dez

Hoje acordei às 6.45 e o papá levou-me para a caminha dele, onde, disse-me ele, fui atacada pelos bichos carpinteiros. «Quê?», perguntei eu. Pouco depois, o canto dos passarinhos nas árvores foi um apelo irresistível para me levantar. O papá abriu os estores e contemplámos o mundo que nos esperava lá fora - observámos as árvores tentando descortinar os passarinhos cantantes no emaranhado de ramos e folhas que se agitavam com o vento (hoje está mais frio do que nos últimos dias) e absorvemos a ainda ténue claridade que nos despertou para o novo dia.
E depois toca a beber o titito morninho na sala enquanto via os desenhos animados do senhor carteiro, lavar, vestir, brincar (porque ainda era muito cedo) e ir para a escolinha. Ao sair do carro, o papá vestiu-me o bibe, pôs-me a mochila às costas e depois fomos de mãos dadas até à minha salinha. À medida que ia subindo a escada ia contando os degraus: um, dois, tês, cato, cinco, seis, sete, oito, nobe, dez. Recebi um beijinho do papá como prémio (tenho jeito para a Matemática, mas não é ao papá que saio).
Beijinho para ti, mamã. Até logo.

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Novo visual


Este é o meu novo visual, de chupeta na boca. Gostas, mamã?
(Esta fotografia foi tirada logo a seguir ao banho, por isso é que eu estou tão penteadinha e quase sem caracóis).

Marmelada não, xarope de cenoura sim

Hoje comi bem na escolinha; só não quis a marmelada. Ao jantar comi tudo (empadão, esparregado, azeitonas, sumo e maçã) menos a sopa; no final, o papá deixou-me comer um bocadinho de chocolate.
Estive a folhear um catálogo de brinquedos e gostei muito de um piano, e de uma bola, e de um triciclo... Quando chega o Pai Natal?
E quando chegas tu, mamã? Hoje perguntei por ti ao papá e ele disse que tu vinhas visitar-me daqui a uns dias. Não te esqueças de me trazer uma prenda!
Antes de ir para a caminha fazer ó ó - com chupeta, que eu agora não quero outra coisa -, tomei umas colherzinhas de xarope de cenoura com mel para a tosse. É muito bom! Tão bom que até comi duas rodelas da cenoura.
Adeus, mamã. Sonhos cor-de-rosa.

Tenho fralda?

«Tenho fralda?», perguntei ao papá quando nos estávamos a preparar para sair de casa rumo à escolinha. «Não tens fralda, fofinha», lembrou-me ele, mas já era tarde e o mal já estava feito: uma valente chichizada pelas pernas abaixo. Quando o papá me disse que eu não tinha fralda e eu percebi que tinha acontecido o pequeno imprevisto, apeteceu-me chorar um bocadinho, mas passou depressa. Depois tive de mudar de roupa e já não fui para a escolinha com o macacão verde que o papá me tinha vestido. Mas fui muito gira na mesma.

terça-feira, 9 de outubro de 2007

Vai trabalhar

Hoje houve uma nova dupla a ir-me buscar à escolinha: o papá e o avô Jorge. Como o carro do papá estava na oficina porque estava «estragado», o avô deu-lhe boleia. Depois fomos buscar a avó São ao trabalho e ela sentou-se no banco de trás ao pé de mim. Na escolinha só comi meia sopa e não dormi muito tempo porque acordei com um bocadinho de tosse e depois despertei. Fiz um desenho muito giro: uma casa amarela. Se calhar quando for grande vou querer ser pintora!
Em casa dos avós pedi ao papá «Vai trabalhar!», como quem diz «vai-te mas é embora e deixa-me aqui». Depois pedi muuuuuito para dormir em casa dos avós, mas o papá não deixou.
Jantei muito bem - sopa e tudo! - e brinquei antes de irmos para casa. No caminho o papá pôs a tocar as músicas da Tia Anica, da vassoura que varre à frente e atrás, dos passarinhos a bailar piu piu piu piu, do pião..., que ele teimava em cantar. A certa altura tive de ordenar: «Não cantes, papá! Só a bebé».
Depois bebi xarope de cenoura com mel - é muito bom, muito docinho - e o titito e fui para a caminha com a chupeta na boca. Agora a caminho dos três anos é que me deu para gostar da chupeta!
Adoro-te, mamã.

Bonecas


Eu gosto muito de brincar com os meus brinquedos e, apesar de ser um bocadinho desarrumada (tenho a quem sair e não é ao papá), às vezes deixo tudo muito ordenadinho. Olha só, mamã, para as minhas bonecas todas alinhadas, com uma manta por cima para não sentirem frio.

Fim-de-semana

O meu fim-de-semana.

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Um início de noite difícil

Ontem tive um início de noite difícil: vomitei. Acordei às 23.30 e recusei-me a ficar na minha cama. Então o papá levou-me um bocadinho para a sala, onde ele estava a ver os resumos dos jogos de futebol. Adormeci ao colo dele, no sofá, mas passado um bocadinho comecei a tossir e vomitei. Vomitei, vomitei, vomitei… Saiu tudo o que estava na minha barriguinha. Sujei o pijama (e o do papá), o cabelo, a cara, a capa do sofá, a manta… Tivemos de ir tomar banho os dois e vestir pijamas lavadinhos, e depois fomos os dois para a caminha do papá, onde dormi bem a noite toda. Podes ficar descansada, mamã, porque eu acordei bem disposta e já nem me lembrava do que aconteceu.

Diálogos

Eu: Papá, eu tenho um namorado.
Papá: Tens um namorado?!
Eu: Tenho.
Papá: Como se chama?
Eu: Jorge.

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Diálogos

Professora Daniela: Como te chamas?
Beatriz: Beatriz.
Professora Daniela: E tu?
Dinis: Dinis.
Professora Daniela: E tu?
Bárbara: Bárbara.
Professora Daniela: E tu?
Eu: Bebé.

Camisola nova

Hoje a professora Daniela disse ao papá que me custou a adormecer na escolinha. «Estava um bocadinho mais irrequieta, mas lá acabou por dormir», contou-lhe ela. De resto, comi bem e portei-me bem. Quando o papá me foi buscar, às 18.20, eu já só estava na minha sala com o Jorge. Lembram-se do Jorge, não lembram, e do arrufo que nós tivemos na semana passada? Mas nós agora já fizemos as pazes e estávamos a brincar os dois e com as professoras Daniela e Isabel.
Depois o papá levou-me a casa do avô Jorge e da avó São, onde tomei banho e jantei. Jantei é como quem diz, porque eu não comi quase nada - nem sopa, nem salmão, nem batatas, nem bróculos... Só um bocadinho de pão, de sumo e de romã. E de gelatina e bolo. A gente grande estava toda aborrecida comigo e diz que eu fico magricela se não comer bem.
Em casa dos avós ainda deu para ouvir música e pintar um bocadinho, antes de o chato do papá lembrar que era hora de ir embora (e ele voltou a não ver o jogo do nosso Porto até ao fim, e parece que até perdeu um golo). Durante a viagem para casa fiz cocó na fralda. «Ui, que cheirete!», comentei eu. O papá mudou-me a fralda e eu pedi-lhe um toalhete para limpar o pipi de uma das minhas bonecas; ainda fui a uma das minhas gavetas da roupa e tirei uma camisola para vestir à boneca, porque ela estava com frio.
Por falar em roupa: hoje trouxe para casa uma camisola nova que a avó São me fez - é muito quentinha, boa para usar no Inverno; também é muito bonita, azul clara, com duas chapinhas redondas à frente com bonecas estampadas. É bem gira! Só espero que amanhã esteja muuuuuuito frio para eu a poder usar e pôr a minha turma toda cheia de inveja. A quem é que terei eu ido buscar esta vaidade toda?
Depois de na última noite ter acordado às 3 da manhã a pedir que o papá me pusesse creme na perna, hoje espero dormir até de manhã sem sobressaltos.
E tu estás quase a chegar. Estou a contar os segundos, cheia de vontade de te dar um xi-coração muito apertado! Adoro-te, mamã.

Cocó

Passo o dia inteiro sem fazer cocó e só quando chego a casa, ao fim da tarde, é que peço ao papá para me pôr uma fralda, e é então que eu me alivio. A médica recomendou que não me pusessem fralda quando eu quero fazer cocó para me habituar a ir ao bacio, mas o papá costuma ser benevolente comigo. De maneira que quase todos os dias faço uma grande cocozada ao final da tarde, normalmente às bolinhas muito redondinhas… Mas o papá já me avisou que tenho de começar a ir ao bacio! Mas eu acho que é «feio».

«Para o lobo não entrar»

Ontem à noite não consegui escrever no meu diário porque o computador estava avariado. Por isso só agora te conto o que se passou depois de o papá me ter ido buscar à escolinha (ontem fui a última a ir embora e quando ele chegou eu estava a fazer um jogo com a Daniela e a Isabel). Jantei bem, embora tenha comido pouca sopa e só com chantagem do papá (havia um chupa-chupa em jogo no final da refeição), brinquei um bocadinho, vi fotografias e depois bebi o titito na sala, com a porta fechada «para o lobo não entrar». Dormi metade da noite na minha caminha e a outra metade na caminha do papá – quando acordámos já passava das 8 horas. Depois arranjámo-nos e o papá levou-me para a escolinha e na viagem fui a ler um livro.

terça-feira, 2 de outubro de 2007

Palhinha nova

Hoje acordei bem disposta. Depois do mau humor de ontem, bem que o papá merecia umas tréguas. Novidade só mesmo ter bebido o titito com uma palhinha nova, às riscas fininhas azuis e brancas, que o papá comprou ontem no supermercado. A caminho da escola, como sempre passámos por uma fábrica que hoje não estava a deitar fumo pela chaminé e eu, que sou muito perspicaz, notei logo essa diferença. Diferença não houve na banda sonora da viagem: começámos com «Todos os patinhos…», continuámos com «Foi na loja do mestre André…» e por aí fora.

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

A mãe de todas as birras

A mãe de todas as birras, a birra-mor, a birra das birras - chamem-lhe o que quiserem, mas eu hoje fiz a vida negra ao papá. Foi um furacão, um sismo com vários epicentros: na casa de banho (a birra do banho rebentou a escala, porque eu não queria entrar na banheira), na cozinha para comer, outra vez na casa de banho para lavar as mãos e os dentes, na sala porque não gostava dos desenhos animados que passavam na tv, no quarto por causa dos brinquedos que hoje não me agradavam... Acho que o papá hoje acabou de conquistar o céu! Estava mesmo rabugenta e birrenta! Só acalmei um bocadinho quando fomos passear à rua (apesar de ser de noite eu levei os meus óculos escuros e o papá nem me ousou contrariar com medo de mais um acesso de fúria). Desde que estou sozinha com o papá que nunca me tinha portado assim tão mal. Devia ser do sono. O que eu preciso mesmo é de dormir uma boa soneca para acordar fresca e bem-disposta.
Adoro-te. Até amanhã.

Sapatos novos

Uma boa noite de sono – acordei a meio da noite por causa da tosse, mas adormeci na minha caminha logo a seguir. Ainda tentei que o papá me levasse para a cama dele, mas ele não cedeu e eu estava com tanto sono que nem insisti muito. Quando acordei perguntei por ti, mamã, e o papá disse que tu estavas na escola a dar aulas aos meninos. «Está na Madeira», lembrei-me então.
Hoje calcei os sapatos novos que comprámos quando cá estiveste da última vez, e ficam-me muito bem. Depois fui para a minha escolinha e cheguei ao mesmo tempo que a Bárbara. Quando cheguei à sala, corri para o pé dos outros meninos porque a Isabel estava a contar uma história. Mas antes ainda disse adeus ao papá e mandei-lhe um beijinho, como faço sempre.
Até logo.

domingo, 30 de setembro de 2007

De regresso a Aveiro

Depois de ter passado o fim-de-semana em Montemor com a avó Tita, o avô Bitó, o Gui, a tia Lénia e o tio João Pedro, voltei a Aveiro, primeiro para a casa da avó São e do avô Jorge - onde tomei banho e jantei - e depois para a minha casa. No caminho para casa, ainda fui tendo energia para cantar nos intervalos do sono e quando chegámos bebi o xarope para a tosse - que nunca mais me larga! -, lavei os dentes, calcei umas meias e bebi o titito. E depois fui para a caminha que amanhã é dia de ir para a escolinha. Pedi ao papá para deixar a luz do corredor acesa e adormeci. Quando acordar, chamo «papá, papá» bem alto para começar um novo dia.
Dorme bem, mamã. Adoro-te.

sábado, 29 de setembro de 2007

Dia de ir à médica

Ontem foi uma noite agitada: acordei às 3 da manhã toda molhada de chichi e o papá teve de me mudar o pijama e levar para a cama dele. O papá estava doente e não conseguia dormir e decidiu pegar num rádio para ouvir música; eu não percebi o que ele estava a fazer e julguei que se estava a preparar para se levantar e a procurar os óculos na mesinha de cabeceira, por isso pedi-lhe: «Os óculos não. Fica aqui».
Depois a avó Titã e o avô Bitó foram-me buscar à escolinha e eu fiquei toda contente por vê-los. A avó foi comigo e com o papá à médica, que me fez uma série de maroteiras: mediu-me, pesou-me, enfiou-me um pau pela boca abaixo, apalpou-me a barriga e outras coisas, e nem o papá nem a avó fizeram alguma coisa para a impedir. Apenas diziam coisas como «Não custa nada», «Nós estamos aqui contigo» ou «Está quase a acabar». Ficou registado!
Depois desta tortura fui para Montemor, para bem longe daquela senhora! Nunca mais vou à médica! Ouviram?

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Diálogos

Papá: Posso ir para a tua escolinha?
Eu: Não.
Papá: Porquê?
Eu: Porque é minha. Tu vais para a tua.

Exterminadora implacável

Hoje não bati em ninguém na escolinha. A professora Daniela disse ao papá que tinha quase a certeza que ontem eu só bati no Jorge porque ele me fez alguma maroteira primeiro. A minha versão é igual à do Scolari: eu limitei-me a responder a uma agressão.
De resto, comi bem, dormi bem e brinquei muito. Depois o papá foi-me buscar cedinho e fomos passear a Aveiro - ele levou-me ao parque infantil e estive lá a brincar quase uma hora. E ainda ficava outra e outra e outra... Pelo meio apeteceu-me fazer chichi e o papá levou-me à casa de banho, mas depois o chichi não saiu. Mais tarde pedi ao papá para me pôr uma fralda e aí sim, saiu tudo o que tinha a sair, cocó incluído.
Já em casa, os meus brinquedos do banho transformaram a banheira numa espécie de jardim zoológico. Já lavadinha e de pijama vestido fomos jantar - da sopa (de alho francês, feita pelo papá) só comi três colheres, e só porque o papá me ameaçou que só assim eu podia comer as 'almongas'; ainda experimentei couve-flor e até que nem é nada mau. Sumo e maçã (das nossas, das poucas que não tinham bicho) completaram o menu preparado pelo Chef Papá.
Quando estava na cozinha vi um insecto pequenino a passear por lá e fui atrás dele; encontrei-o pousado numa parede, ao meu alcance, e vai daí... zás!, uma palmada bem dada que o matou... Eu acho que fiquei assustada ou com remorsos, porque desatei numa choradeira que só o colinho do papá conseguiu parar. «Mmaaattteeei aaa moooscaaa!», solucei eu. O papá deu-me muitos beijinhos e o desconsolo passou...
Depois fomos passear no bairro e como não estava quase ninguém na rua eu perguntei: «As pessoas?» O papá disse que as pessoas estavam em casa a preparar-se para ir dormir, mas eu acho que não acreditei... Ainda estivemos um bom bocado a olhar para a lua, que estava muito redondinha.
E amanhã é dia de ir à médica. Espero não ter pesadelos. Vou pensar em ti, mamã, para ter sonhos cor-de-rosa. Dorme bem.

Dormir até muuuuuuuuuuito tarde

Hoje eu e o papá levantámo-nos muito, muito, muito tarde: passavam 5 minutos das 8 da manhã. Eu acordei cedinho, mas o papá levou-me para a caminha dele e ainda lá fiquei a passar pelas brasas até me apetecer o titito.
Hoje na escolinha vou tentar não bater em ninguém.

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Hoje bati num menino

Hoje bati num menino lá da escola, o Jorge. A professora Daniela contou ao papá que desconfiava que o Jorge me tinha batido primeiro e que eu me limitei a responder. Mas não foi nada de especial, apenas um pequeno arrufo...
Quanto ao resto, almocei bem e dormi bem. Depois o papá foi-me buscar e fomos para casa. Durante a viagem de carro, fui o tempo todo a pedir pêssegos ao papá e obriguei-o a ir comprá-los à mercearia lá do bairro. E depois não os comi!
Ao jantar voltei a não comer a sopa, mas o resto - frango com arroz, sumo e morangos - soube-me bem. Depois andei um bocadinho com os óculos escuros em casa enquanto brincava com o papá.
Até amanhã, mamã.

Generala

Alvorada às 6.30. É a tropa que o papá nunca fez, e quem manda sou eu, generala com as estrelas todas! Ele é o soldado raso, e sem direito a pré! Talvez um dia destes o promova a segundo-cabo.
Tarefas que o mandei cumprir hoje de manhã: dar-me o titito morno no copo do Noddy com palhinha, na sala com a televisão sintonizada nos desenhos animados; lavar-me; vestir-me; levar-me à escolinha enquanto ouvimos a música dos patinhos.
E logo há mais ordens para cumprir! Ele que se prepare!

terça-feira, 25 de setembro de 2007

Milagre

Um milagre, garantiu o papá! E dos grandes! Hoje decidi finalmente comer sopa ao jantar. Depois de vários dias sem que tivesse engolido uma gotinha que fosse desse caldo que em má hora alguém decidiu inventar, lá fiz a vontade ao papá e comi uma pratada quase cheia. E devo reconhecer que até nem me soube nada mal! Depois ainda comi peixinho, bróculos, cenoura, batatas, morangos e sumo de laranja e maçã. Havias de ver, mamã, fiquei cá com uma barriga! Mas não penses que fiquei molengona! Nem pensar! Ainda tive energias para brincar com o papá e de o obrigar a enfiar-se na minha casinha, onde lhe pedi para fazer desenhos. Um dos desenhos que lhe pedi para fazer foi do avô Jorge e o papá perguntou se ele tinha muito ou pouco cabelo. «Pouco», disse-lhe eu.
Antes disso, o papá foi-me buscar à escolinha, onde aconteceram dois imprevistos: fiz chichi nas calças quando estava a fazer ó ó e quando estava a almoçar. Ups! Esqueci-me de avisar!
Hoje fartei-me de pintar com os meus amigos - desenhei uma bola azul, amarela, verde e vermelha.
Depois fui com o papá passear a Aveiro (pelo caminho disse «ui, que cheirete!» quando passámos pela ria) - fomos ao parque infantil, onde brinquei com uma menina chamada Marta, comprámos um pato que grasna para o banho (foi um castigo para o papá me tirar da loja, porque eu queria experimentar os brinquedos todos) e ainda aproveitei para fazer um cocozito.
Depois fomos para casa onde tomei banho já com o meu novo pato - eram três na banheira, além de duas baleias, um cavalo marinho, duas estrelas do mar, dois barcos e mais brinquedos (quase que nem se via a água!).
Depois jantei, limpei o chão com a esfregona enquanto o papá lavava a loiça, brinquei e bebi o titito para ir fazer ó ó, tudo enquanto ouvíamos um disco de um senhor chamado Sérgio que parece que é um bocadinho gordo - «Andas aí a partir corações, como quem parte um baralho de cartas...»
Até amanhã, mamã. Um grande beijinho meu e outro do papá.

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

De volta à escolinha

Hoje voltei a ir dormir um bocadinho para a cama do papá. Ontem à noite estava triste e nem me apetecia comer. Depois de um fim-de-semana de tantas emoções, estava mesmo a precisar de uma noite bem dormida – ainda acordei uma vez, mas o papá levou-me para a caminha dele e dormi até quase às 8 horas (o papá é que não dormiu grande coisa porque ele diz que eu me mexo muito). De manhã já estava mais bem-disposta e ainda tive um bocadinho de tempo para ver desenhos animados (a Miffy e o Noddy), antes de ir para a escolinha ter com os meus amigos e as minhas professoras.

domingo, 23 de setembro de 2007

Alegrias e tristezas

Este foi um fim-de-semana de grandes alegrias e de grandes tristezas. Maior alegria: a mamã voltou. Maior tristeza: a mamã partiu outra vez.
Pelo meio, eu, a mamã e o papá passeámos muito, brincámos, fomos ao parque infantil, vimos o mar, comemos gelados e batatas fritas, dormimos juntos, démo-nos muitos beijinhos e xi-corações, ouvimos música, lemos histórias, regámos a relva, fomos à Costa Nova e à Vagueira, vimos a lua e as estrelas, comprámos roupa quentinha para mim, andámos de patins, corremos, rodopiámos, fizemo-nos cócegas e muitas, muitas outras coisas de que eu agora já não me lembro.
Foi tão bom ter-te aqui, mamã! Volta depressa! Adoro-te.

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Pai Natal

Esta noite vou dormir em casa do avô Jorge e da avó São porque o papá vai buscar a mamã, que chega de avião com muitas prendinhas para mim. Em casa do avô e da avó fiz algums birras - não queria vestir o pijama, não queria comer, etc, etc, etc. Os adultos têm de perceber que quando uma bebé está com sono fica mais birrenta e caprichosa do que o costume.
Antes de ir para casa do avô e da avó, o papá levou-me ao parque infantil depois de me ir buscar à escolinha. A Daniela disse-lhe que eu me continuava a portar bem e que não arranjava conflitos com ninguém, ao contrário de outros meninos.
Quando estava a passear com o papá, ele fez-me vestir o casaco porque estava um bocadinho de frio. Ele explicou-me que tínhamos entrado no Outono e que o Inverno estava quase a chegar, e com ele o vento, o frio e a chuva. «E o Pai Natal», acrescentei eu. O papá perguntou-me o que eu queria receber no Natal e eu disse-lhe que queria uma bola, um balde, uma pá e um ancinho. Espero que o Pai Natal seja generoso comigo!

Uma boa noite de sono

Hoje passei a noite toda a dormir – foi uma noite sem história. De manhã ainda ensaiei uma ou outra birra, mas nada de especial: não me queria lavar e não queria beber o titito a não ser no copo do Noddy.

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Arrebitada

A Daniela disse hoje ao papá que eu já estava mais «arrebitada» na escolinha, mas que isso não significava que eu me andasse a portar mal.
Hoje descuidei-me e fiz chichi nas calças. Mas em contrapartida dormi sem fraldas e acordei sequinha.
Ao almoço comi tudo menos a massa. Ao jantar comi tudo menos a sopa.
Adeus, mamã. Vou sonhar contigo.

De óculos escuros à noite

Ontem esqueci-me de te dizer que quando fomos passear a seguir ao jantar levei os óculos escuros. Fiz cá uma figuraça!
Hoje, depois de uma noite em que voltei a ir para a cama do papá ainda de madrugada, lá fui para a escolinha. «Fica um bocadinho comigo», pedi.
O papá disse à Daniela que eu andava a recusar comer a sopa ao jantar e perguntou-lhe se eu na escolinha a comia e ela garantiu que sim. E também disse que com outros meninos e meninas acontecia o mesmo: comer a sopa na escola e não a comer em casa.

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Mais uma batalha vencida na luta contra o opressor doméstico

Pelo quarto jantar seguido não comi a sopa. De uma coisa podes estar certa, mamã: o papá tentou de tudo para eu a comer, mas eu não cedi e disse para a comer ele. Ele tentou várias abordagens: mansa («come a sopa, fofinha»), persuasiva («come a sopa, vá, anda lá, come a sopa»), brincalhona («a sopa vem de avião até à boca da Carolina, brrrrum»), zangada («come a sopa imediatamente»), condescendente («vá, come a sopa se não ficas pequenina»), mas nada resultou. Foi uma batalha de dez minutos que o papá não conseguiu vencer. O resto do jantar até nem comi mal - uma almondega e meia, arroz, bróculos, milho, pão, sumo de maçã e morango, morangos e duas fatias de bolo de mármore.
Depois fomos os dois passear um bocadinho no bairro e eu ouvi um bebé a chorar e perguntei ao papá: «o bebé está no médico?» O papá riu-se e disse que não, e depois lembrou que para a semana tenho eu de ir à médica. Oh não!!!!!!!!!! Que tortura que vai ser! Espero que ela não me enfie aquela coisa pela goela abaixo e que deixe os meus ouvidos em paz! E espero que não me obrigue a ficar hirta que nem uma barra de ferro para me medir!
Durante o passeio ainda falei um bocadinho com a avó Tita, com o avô Jorge e com a avó São, mas foi só mesmo para dizer «olá», que eu não gosto de telemóveis... No fim da primeira volta ao quarteirão pedi ao papá para continuarmos a passear e ele fez-me a vontade. Aproveitámos para ver a lua e as estrelas e o papá disse que um dia me ensinava as constelações (mas também disse que primeiro tinha que as aprender).
Depois voltámos para casa e acabámos o dia a pôr uma fralda, a beber o titito (sempre na sala, sentada no sofá) e a ir para a caminha.
A minha vida com o papá é feita destes rituais de tarefas a cumprir - banho, vestir, jantar, fraldas...; logo, é feita de pequenas zangas e amuos. Mas é sobretudo feita de muito amor e ternura. «Adoro-te, papá», disse-lhe eu quando fui fazer ó ó.
E também te adoro, mamã.
Até amanhã.

Porquê dormir sozinha?

Hoje acordei muito cedo, ainda mais cedo do que o habitual – 6.20. O papá levou-me para a caminha dele e ainda dormi até às 8.30. Eu gosto muito de dormir na caminha do papá junto a ele e eu sei que ele também gosta. Não percebo por que é que dormimos separados em vez de dormirmos todas as noites na mesma cama! Ele diz que cada um tem a sua caminha e blá blá blá, que eu tenho de me habituar a dormir sozinha e blá blá blá, que eu já não sou nenhuma bebé pequenina para dormir com o pai e blá blá blá… Entra-me tudo por um ouvido e sai pelo outro! Como eu hoje acordei mais tarde, cheguei mais tarde à escolinha, mas ainda a tempo de ouvir a história que a Daniela conta todas as manhãs.

terça-feira, 18 de setembro de 2007

Não quero sopa!

Hoje, em casa do avô e da avó, voltei a não comer sopa ao jantar. Mas o peixinho marchou todo, olhos e tudo! E no fim ainda comi um bocadinho de bolo de mármore...
Depois do jantar fui bisbilhotar a carteira da avó e encontrei umas moedas e a ela perguntou-me o que se poderia comprar com elas. Eu respondi: «chucuate, chupa-chupas e rebuçados». Estavam à espera que eu dissesse o quê? «Alfaces, tomates e beringelas», não?
Depois eu e o papá voltámos a casa e ainda brincámos um bocadinho - ainda estive a limpar o rabo a uma boneca com um toalhete e a pôr-lhe uma fralda. Com isto tudo, o papá nem viu o futebol todo, mas acho que ele não se importa porque gosta mais de brincar comigo...
E assim se passou mais um dia. Até amanhã, mamã. Dorme bem.

Rabugenta

Hoje acordei rabugenta – fiz birra porque o papá me ajudou a despir o pijama mas eu queria despi-lo sozinha; fiz birra porque queria pintar com as aguarelas mas o papá disse que já não havia tempo; fiz birra porque não me queria lavar… Depois o meu humor foi começando a melhorar e fui a cantar no carro na viagem para a escolinha. Quando lá chegámos, pedi ao papá para ficar um bocadinho e ele ficou a ver-me brincar.
Até logo.

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Quando for grande, se calhar quero ser cantora

A professora Daniela disse ao papá que eu hoje me portei muito bem na escolinha e que passo o dia a cantar. «Muitas vezes é ela que começa a cantar e depois vamos todos atrás», disse ela. Quando for grande, se calhar quero ser cantora e cantar, cantar, cantar...
Ao jantar não me apeteceu comer a sopa e o papá ficou um bocadinho zangado comigo. Até disse «Que teimosa, pá!» Eu, como de costume, imitei-o e disse também «Que teimosa, pá!» e ele começou-se logo a rir. Ninguém consegue ficar zangado comigo por muito tempo!
Depois brincámos um bocadinho antes de beber o titito e ir fazer ó ó.
Até amanhã, mamã. Adoro-te.

Vergonha

A noite de hoje foi bastante agitada - dormi bem (só acordei uma vez e adormeci logo a seguir) mas fartei-me de sonhar, disse-me o papá. Ele contou-me que falei muito durante o sono e disse coisas como «a mamã também vem»... De manhã acordei muito bem disposta e com vontade de ir para a escolinha.
Depois do titito, fiquei com uma grande vontade de fazer cocó e pedi ao papá para me pôr uma fralda. Ele perguntou se eu não preferia utilizar o bacio, e eu respondi que não porque tinha vergonha.

domingo, 16 de setembro de 2007

Avô e avó outra vez

Outro dia em grande, agora em Montemor com o avô Bitó e a avó Tita. Que rico fim-de-semana!

sábado, 15 de setembro de 2007

Avô e avó

O dia inteirinho passado com o avô Jorge e com a avó São. Querem melhor?

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Diálogos

(Depois de sair da escola, a chegar ao carro)
Eu: A mamã?
Papá: Está na escolinha dela, a dar aulas aos meninos.
Eu: Foi de carro?

A semana acabou

Hoje foi dia de ir para casa do avô e da avó - não preciso de te contar a minha felicidade, pois não? Antes, o papá foi-me buscar à escolinha e fomos os dois passear para Aveiro - andámos os dois de mãos dadas e eu ao colo dele, lanchámos, fomos aos escorregas, fiz cocó, voltámos aos escorregas e só depois fomos para casa do avô e da avó. Lá tomei banho, jantei muito bem, obriguei a avó a jantar em dois minutos, dei de comer ao avô, fiz chichi, ouvi música e depois fingi que estava com muito, muito, muito sono e que tinha de me deitar depressa na caminha, tudo para o papá não me levar para casa. E resultou! Sou uma espertalhona! E agora vem aí o fim-de-semana...
Adoro-te mamã. Um beijinho meu do tamanho do mundo e outro do papá.

Uma grande conquista

Todos nós temos sonhos e objectivos a cumprir na vida. Às vezes não os conseguimos concretizar, mas devemos sempre lutar por eles. Lá virá o tempo em que terei elevadas e nobres aspirações, como ser astronauta, bailarina, veterinária ou bombeira, e em que quererei mudar o mundo para melhor e essas coisas todas... Para já, enquanto sou pequenina, os meus objectivos são bem mais prosaicos: comer a maior quantidade de chocolate e gelado que me deixarem, andar o mais tempo possível com as chinelas do dedo, ouvir a «Gabriola» 50 vezes seguidas, riscar os livros todos, «conduzir» ou andar de escorrega... E, claro, passar a noite na cama do papá e não na minha. Foi esta a minha grande conquista da última noite, graças aos mais sofisticados métodos de persuasão: acordar às 2.30 da manhã, quando o papá está profundamente vergado pelo sono, e começar a berrar para ele vir acender a luz do corredor; da primeira vez ainda foi o que ele fez, deixando-me na minha caminha (pensava ele que a dormir, ó ingenuidade!), mas cinco minutos depois a minha segunda tentativa foi finalmente bem sucedida - ele pegou em mim e levou-me para junto dele. De maneira que passei boa parte da noite a dormir onde eu gosto - mais um feito para o meu currículo de sucessos.

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

«É muito bom. Eu gosto disto»

A caminho de casa, depois da escolinha, viemos a ouvir música de um tal Bêtôva - eu não queria muito, mas o papá diz que não posso ouvir só os «patinhos», a «abelha Maia» ou «a loja do mestre André».
Ao jantar não comi assim muito bem - o papá disse que, desde que estou com ele, foi a refeição em que comi pior. Mesmo assim ainda comi quase meio linguado, um bocadinho de sopa e muita fruta - quase duas fatias de melão e meia banana. Depois veio a melhor parte: o gelado. O papá disse que eu não merecia porque não comi o peixinho todo, mas lá cedeu e juntos aviámos meia embalagem de Carte d'Or de chocolate (acho que ele comeu um bocadinho mais do que eu, mas eu não fiz má figura e honrei o estatuto de gulosos que existe na família). «É muito bom. Eu gosto disto», disse-lhe eu. O papá estava a comer o gelado directamente da embalagem mas eu disse-lhe que era todo para mim; mas como ele parecia estar mesmo com vontade, lá o deixei comer um bocadinho, mas mandei-o ir buscar um prato.
Depois fomos passear um bocadinho no bairro - com as sandálias do dedo, claro! -, antes de irmos para casa brincar.
Hoje o papá disse-me que encontrou numa agenda a inscrição que estava à entrada da maternidade onde eu nasci: «cujusque rei potissima pars principium est». Ele não me soube dizer o que significava, mas prometeu que ia tentar descobrir.
Um grande beijinho para ti, mamã, e tem sonhos cor-de-rosa.

Sou um palhaço

Hoje acordei a cantar «sou um palhaço». Estava muito bem disposta e em pulgas para ir para a escolinha, por isso facilitei a vida ao papá e não fiz birras, embora ele me tenha dado um bom pretexto para isso quando não me deixou calçar as sandálias de enfiar no dedo - eu gosto muito daquelas sandálias e se pudesse até dormia com elas.
A palavra que o papá me tentou ensinar hoje, quando me estava a lavar, foi tépida - ele diz que é a mesma coisa que morna e eu até gosto de a pronunciar, mas não sei se daqui a bocado ainda me vou lembrar dela... Tépida, tépida, tépida, tépida, tépida, tépida, tépida, tépida, tépida, tépida, tépida, tépida, tépida, tépida, tépida, tépida, tépida, tépida, tépida, tépida, tépida, tépida, tépida...
O papá farta-se de rir quando me vê a despir o pijama - gosto de ser eu a fazê-lo («só a bebé», ordeno eu quando ele me tenta ajudar), mas acho que sou um bocado desajeitada. Mas como também digo ao papá, é uma tarefa «muito difícil».
Beijinho e até logo.

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Muitas saudades

O papá foi-me buscar à escolinha e a caminho de casa passámos pelo sítio da Feira de Março. Se eu recebesse uma moedinha de cada vez que fiz o papá prometer levar-me aos carrosséis no próximo ano estava mais rica que o Belmiro de Azevedo. E fi-lo prometer que a avó, o avô e a mamã iam connosco andar nas girafas.
Ainda na escolinha, ouvi o papá falar sobre mim com a minha professora Daniela - ela disse-lhe que eu me portava muito bem e que não era conflituosa com os outros meninos; disse-lhe ainda que eu andava a dormir e comer muito bem - e sozinha!; e disse-lhe também que eu ia começar a fazer ó ó sem fralda, o que é um grande desafio... O papá ficou muito contente e orgulhoso de mim e fartou-se de me dar beijinhos.
Já em casa, estava com fome e jantei muito bem. Pouco depois, quando estava no quarto a brincar com o papá, pedi o titito e fui dormir, que isto de andar o dia todo na brincadeira cansa muito. Quando o papá me pôs na caminha senti taaaaaaantas saudades da mamã que chorei um bocadinho... Mas estava com tanto soninho que adormeci depressa, agarrada ao meu cãozinho.
Adoro-te mamã. Um beijinho muito grande e um xi-coração muito apertado.

Desenhos animados para começar o dia

Hoje, quando acordei, não me apeteceu ir para a cama do papá - o que eu queria mesmo era beber o titito e ver desenhos animados. Depois, ao som de «todos os patinhos...», ajudei o papá a fazer a cama dele - fui eu que puxei as pontas dos lençóis e do edredão para cima - e fui para a escolinha. Pedi ao papá para ficar um bocadinho e ele ficou, à entrada da sala, a olhar para mim, enquanto eu me encarregava de desarrumar os brinquedos.

terça-feira, 11 de setembro de 2007

Jantar em casa dos avós

Quem me foi hoje buscar à escolinha foi o avô Jorge e a avó São, que me levaram para casa deles - o papá trabalhou até tarde mas ainda apareceu a tempo de jantar. Foi bom para matar saudades dos avós e ainda houve tempo para brincar um bocadinho com eles. Depois regressei a casa com o papá e na viagem passámos pelos correios onde a mamã costuma comprar roupa para mim. Quando o papá me pôs na caminha, apesar de estar com muito soninho ainda me apeteceu cantar um bocadinho - vai daí estive cinco minutos a cantar o «Atirei o pau ao gato, to, to, mas o gato, to, to...»
Adoro-te mamã. Até amanhã.

Amanhecer tranquilo

Uma noite bem dormida – acordei às 7.10 com um cão a ladrar – e um amanhecer com o ritual do costume: ir um bocadinho para a cama do papá, beber o titito, lavar, vestir, comer e ir para a escola. O papá vestiu-me o bibe ao contrário, com os botões para a frente – hi hi hi.
Até logo.

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

As birras prometidas

O papá foi-me buscar à escolinha e quando me estava a pôr na cadeirinha do carro tirou-me a mochila das costas. Ora aí está um bom pretexto para uma birra, pensei eu. Vai daí, comecei a exigir, com muito maus modos, que voltasse a colocar a mochila no sítio. Ele bem tentou argumentar que com a mochila nas costas a viagem de carro ia-me ser desconfortável, mas uma birra começada tem de ser levada até ao fim - é uma das minhas regras de vida. Quando chegámos a casa, apetecia-me uma bolacha de arroz, que o papá não me quis dar por causa do banho e do jantar. Lá me deu ele novo pretexto para mais uma birra - digamos que foi uma birra de grau 7 numa escala até 10. Estava cumprida a minha tarefa de fazer com que o papá não pense que eu sou dócil e fácil de educar.
Ao jantar comi muito bem e depois fui passear com o papá pelo bairro. Para acabar o dia, uma sessão de brincadeira no meu quarto até ficar com sono (ia adormecendo encostada ao papá, em cima das almofadas). Por fim, chichi, titito e cama, que amanhã é outro dia.
Adoro-te mamã.

De volta à escolinha

Mais uma noite bem dormida. Hoje acordei às 7.10 (ontem acordei às 6.55, talvez amanhã acorde às 7.25…), chamei pelo papá bem alto e ele foi-me buscar e levou-me para a cama dele, onde ainda passei pelas brasas até às 8.30, bem juntinha a ele. Depois o papá levou-me o titito à cama (no copo do Noddy, morninho e com palhinha, como eu gosto – o papá está bem amestrado!) e depois lavou-me a cara, o pipi e o rabo e ainda lavei os dentes. A seguir vestiu-me e até acho que não ia nada mal – saia azul, camisola azul (um tom um bocadinho acima, com uma boneca estampada), um casaco cor de rosa (porque estava um bocadinho de frio e eu estou constipada) e umas sandálias. O que dizes mamã? O papá tem jeito e ainda vai para estilista! Até acho que tem mais bom gosto que tu!
Depois levou-me à escolinha e eu lá fiquei sem birras. Ontem prometi fazer uma birra para não habituar mal o papá mas de manhã não me apeteceu. Fica para logo. Depois conto-te.
Beijinho.

domingo, 9 de setembro de 2007

Diálogos

(a cena passa-se logo a seguir ao jantar)

Eu - Vai para dentro da casa!
Papá - O papá agora tem de lavar a loiça.
Eu - A mamã lava!

Reprimenda ao papá

Hoje dei uma valente reprimenda ao papá - íamos nós de carro para Aveiro quando o vi com um dedo enfiado na boca. «Não roas as unhas!», ordenei eu. Ele disse qualquer coisa como «olha outra!», mas obedeceu. Assim se vê quem manda lá em casa!
Foi um dia bem passado - depois de uma boa noite de sono, fui com o papá à Costa Nova para tomar o pequeno almoço (torrada e carioca de limão, já depois de ter bebido o titito* em casa) e à tarde fomos passear para Aveiro (depois de brincar no parque infantil o papá comprou-me um gelado - acho que sou muito lambareira, mas a culpa é dos genes).
Para ficares descansada, mamã, ficas a saber que comi muito bem ao almoço e ao jantar, e ainda ao pequeno almoço e ao lanche. Além disso, hoje não fiz grandes birras - amanhã tenho de fazer pelo menos uma para não habituar mal o papá.
Para o relatório do dia ficar mais completo, ainda te posso dizer que hoje fiz cocó uma vez - ainda te lembras daquele meu cocó pastoso, que se agarra bem à pele, castanho escuro e muito mal cheiroso? Pois foi assim...
Cada vez tenho mais saudades tuas. Adoro-te mamã. Dorme bem e até amanhã.
* Tenho que deixar de dizer titito e passar a dizer leitinho.
PS: já descobri a escova de dentes da música; para a próxima tens de a esconder melhor!

sábado, 8 de setembro de 2007

O papá chegou

Hoje foi o dia em que o papá chegou e eu fui esperá-lo ao aeroporto com a avó e o avô. Para azar dele, criaram um parque infantil no aeroporto e estava-me mesmo a apetecer brincar nas casinhas e nos escorregas, por isso não houve grandes lamechices no reencontro. Quando o vi fui a correr para ele, agarrei-o por um braço e levei-o para brincar comigo no parque infantil e depois foi o cabo dos trabalhos para me tirarem de lá.
À tarde fomos passear, ele e eu. Levou-me a outro parque infantil, já em Aveiro, e depois comprou-me um livro com plasticina para moldar.
Durante o dia andei sempre muito entretida, mas à noite senti muitas saudades tuas, mamã. Fartei-me de perguntar por ti ao papá e estava-me mesmo a apetecer um beijinho teu antes de ir fazer ó ó. Mas como estava muito cansada, adormeci num instante - mas só com a luz do corredor acesa e a porta bem aberta, porque se não ficava acordada a noite toda. Ai ficava, ficava...
Aquela luz de presença que vocês me compraram é uma porcaria, não gosto nada dela. Se quiseres podes levá-la para a Madeira, para não teres medo do bicho papão.
E onde é que puseste a minha escova de dentes com música?
Adoro-te mamã. O papá manda dizer que também te adora.
Até amanhã.

sábado, 25 de agosto de 2007

Olá

Olá mamã:
criei este blog para te ir contando como correm os nossos dias por aqui. Espero que rias e chores ao lê-lo, tal como eu e o papá vamos rir e chorar ao escrevê-lo.
Adoro-te mamã!