segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Casa

A nossa casa sem mim.
Vazia.

Avião

Um fim-de-semana com a mamã e o papá (e os avós). E depois a minha primeira viagem de avião, rumo à Madeira, com a mamã e a avó Tita. Duas semanas longe do papá – que falta que eu lhe faço.

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

O que vamos comer agora?

Despachada a sopa, a carne ou o peixe, o sumo e outros estorvos colocados pela gente adulta no caminho da gulodice, surge, fatalmente, a pergunta sacramental: «o que vamos comer agora?» Depois vou empurrando quem detém a chave do tesouro para a cozinha e, na cozinha, para o frigorífico, sem nunca mencionar o objectivo da missão. Claro que a gente adulta já percebeu que o que eu quero é uma barra de chocolate que está depositada, à minha espera, num dos esconsos daquele monstro branco, mas faz-se desentendida e insiste em plantar mais obstáculos no meu caminho. «Não, não é fruta que eu quero, nem mais carne, nem mais peixe, nem nozes…» Até que a resistência da gente grande é quebrada, desistem de me tentar desviar de objectivo tão óbvio, e finalmente um sorriso de excitação e vitória abre-se no meu rosto. E depois é só desembrulhar o papel, a última barreira, e deliciar-me com tão apetitoso maná, até voltar, no dia seguinte, a repetir tudo outra vez.

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Música

É de uma precisão matemática: saímos de casa a ouvir a música da Tia Anica e chegamos à escolinha a ouvir a música dos Moscãoteiros. É sempre assim, todos os dias. Não falha. E no regresso a casa é igual: começamos a ouvir a Tia Anica e depois vamos por aí fora com o galo có có ró có có ró, os passarinhos piu piu piu piu, a vassoura que varre à frente, atrás e mesmo ao cantinho, o pião que dança, o castelinho na montanha até chegar aos Moscãoteiros. Nunca chegamos ao nosso destino antes ou depois dos Moscãoteiros.

terça-feira, 16 de outubro de 2007

No quarto

Este vídeo foi gravado ontem a seguir ao jantar, quando eu estava a brincar com o papá no meu quarto. (Legenda: «Olha o que é! É uma árvore! Olha aqui uma árvore!»)

Diálogos

(Na escolinha, quando o papá me foi buscar)
Papá: Dá cá a mão para descermos as escadas.
Eu: Não. A bebé desce sozinha.
Papá: Dá-me a mão porque podes cair.
Eu: Não. A bebé já é grande.

Guarda-chuva

Hoje falei com a avó Tita ao telefone e ela disse que me comprou um guarda-chuva. Eu gosto muito de guarda-chuvas e gosto de ser eu a transportá-los quando está a chover.
Na escolinha só comi meia sopa, mas em casa comi a sopa toda. O papá voltou a usar a mesma estratégia de chantagem: só me deixou comer o peixinho depois de eu comer a sopa. Eu resisti o mais que pude (foram aí uns dez minutos a choramingar), mas acabei por ceder porque o salmão estava com muito bom aspecto e cheirava muito bem. De maneira que acabei por comer bem e no final tive como prémio um chupa-chupa. Depois fui lavar os dentes e o papá esfregou-mos muito bem esfregadinhos, mas faz um bocadinho de cócegas na língua e nas gengivas e eu farto-me de rir.
Depois brincámos um bocadinho, o papá e eu, antes de beber o titito. Pedi ao papá para me deixar ficar um bocadinho na sala, deitada no sofá com um cobertor por cima, e assim foi. Depois peguei em duas das minhas bonecas e fui para a caminha.

O primeiro dia

Já estavas na Madeira, mamã, quando eu fui pela primeira vez para a escolinha, a 3 de Setembro. Este pequeno vídeo mostra os meus primeiros passos, os meus primeiros gestos, os meus primeiros medos, as minhas primeiras descobertas…

Frases

Eu: Papá, quero um cão!

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Bonecas no carro


Além de mim, esta é a nova prole do papá. Aqui estão as minhas bonecas no carro (qualquer dia o papá tem de comprar uma carrinha para transportar tanta gente).

Frases

Eu: Papá, comi ranho! Comi um macaco!

As minhas amigas bonecas

Hoje voltei a adormecer na minha caminha e a acordar na caminha do papá. Sempre que o papá me leva para a caminha dele, eu durmo até mais tarde. Na última noite foi até às 8. Quando o papá me deitou, eu exigi que comigo viessem quatro das minhas bonecas. E depois de manhã, quando ele me levou para a escolinha, lá vieram elas comigo no carro, a acompanhar-me durante a viagem. Eu gosto muito de cuidar das minhas bonecas: mudo-lhes a fralda, lavo-as, visto-as, falo com elas...
Hoje a professora Isabel não foi à escolinha porque está doente e foi ao médico. Eu portei-me mais ou menos bem: comi quase tudo mas só com ajuda e fiz chichi nas calças enquanto dormia (eu agora durmo sem fralda).
Já em casa, jantei muito bem. Mas só comi a sopa porque o papá esteve dez minutos a fazer chantagem comigo: «Só comes o peixinho e os figos se comeres a sopa primeiro». E assim foi.
Depois ele cortou-me as unhas e eu colaborei - já lá vai o tempo em que só me cortavam as unhas à força. E depois estivemos, ele e eu, um bocadinho abraçados no sofá enquanto o sono me ia vencendo aos poucos.
Um grande xi-coração para ti, mamã, e um beijinho do tamanho do mundo. Adoro-te. E o papá também.

domingo, 14 de outubro de 2007

Fazer chichi, ler e falar contigo

Depois de um fim-de-semana inteirinho com os avós, regressei a nossa casa para amanhã começar uma nova semana. Esta imagem, que tem muito má qualidade (a culpa é do papá), mostra como eu estou a fazer várias coisas ao mesmo tempo: fazer chichi no bacio, falar contigo ao telemóvel (está pousado no chão em alta-voz) e ler um livro.
E não te esqueças do que prometeste: traz gomas!

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Diálogos

(no carro, a caminho do parque infantil)

Eu: Vou tirar as meias.
Papá: Não vais não.
Eu: Vou.
Papá: Deixa ficar as meias, se não ficas com os pés frios.
Eu: Não.
Papá. Não sejas teimosa. Quem manda?
Eu: A mamã.

Outra vez na caminha do papá

Hoje acordei muuuuito cedo, ainda mais cedo do que o habitual - eram 5.55. O papá foi-me buscar ao meu quarto e levou-me para a cama dele (mas só depois de o obrigar a procurar a minha chupeta), e ali ficámos até às 9. Acho que há muito tempo que nem eu nem ele nos levantávamos tão tarde. Depois o papá arranjou-me enquanto ouvíamos cantar um senhor chamado Pavarotti - eu gostei e até dancei um bocadinho. Depois o papá levou-me à escolinha (a fábrica lá perto não estava a deitar fumo pela chaminé), onde desta vez fui a última a chegar (eu sei isto porque os cabides dos outros meninos já estavam todos ocupados com as mochilas deles). Vesti o bibe, dei um beijinho ao papá e lá fui para mais um dia de brincadeira. Até logo.

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

As coisas que eu faço para não comer a sopa

Hoje o papá foi-me buscar cedinho à escolinha e tivemos tempo de ir um bocadinho a Aveiro ao parque infantil. Eu hoje estava um bocadinho envergonhada e só brinquei quando o papá foi comigo para dentro do parque, onde ainda bebi um pacotinho de leite e comi uma bolacha Maria.
Depois fomos para casa e tomei banho ao som da Dona Anicas e da vassoura e do galo... E as músicas da Dona Anicas e da vassoura e do galo voltaram a acompanhar-nos durante o jantar. E depois do jantar voltámos a ouvir as músicas da Dona Anicas e da vassoura e do galo. E depois estivemos a ver no computador os vídeos da Dona Anicas e da vassoura e do galo. O papá já sabe as letras todas quase de cor e de certeza que vai sonhar com a Dona Anicas, a vassoura e o galo (eu vou sonhar contigo, mamã).
Ainda tive tempo de fazer uns desenhos e de experimentar todas as canetas e lápis que estão na secretária da sala.
Quase me esquecia de falar do jantar - comi bastante bem, menos a sopa. Quando comecei a representar a cena da sopa (não quero sopa, não quero sopa, não quero sopa), o papá propôs um acordo: se eu comesse tudo - sopa, salmão, batatas, cenoura, couve-flor e maçã - ganhava direito a um chupa-chupa no final. Então o papá perguntou-me se eu queria o chupa-chupa e eu tive de responder que não, tudo para escapar à sopa. As coisas que eu faço para não comer a sopa! Até recusar um doce! Mais tarde, já depois do jantar, ainda tentei que ele me desse o chupa-chupa, mas ele não cedeu.
Depois bebi o titito, o papá acendeu a luz do corredor, deu-me um beijinho e deitou-me. Mas faltava qualquer coisa, lembrei-me eu. Já sei: a fralda. Tive de lhe lembrar que faltava a minha fralda para eu poder fazer chichi à vontade durante a noite. Bem vistas as coisas, até nem era mal pensado ir para a cama sem fralda, porque assim acordaria a meio da noite com o pijama e os lençóis molhados e o papá teria de me levar para a caminha dele. Mas, pensando bem, isso é o que ele já faz muitas vezes.

Um, dois, tês, cato, cinco, seis, sete, oito, nobe, dez

Hoje acordei às 6.45 e o papá levou-me para a caminha dele, onde, disse-me ele, fui atacada pelos bichos carpinteiros. «Quê?», perguntei eu. Pouco depois, o canto dos passarinhos nas árvores foi um apelo irresistível para me levantar. O papá abriu os estores e contemplámos o mundo que nos esperava lá fora - observámos as árvores tentando descortinar os passarinhos cantantes no emaranhado de ramos e folhas que se agitavam com o vento (hoje está mais frio do que nos últimos dias) e absorvemos a ainda ténue claridade que nos despertou para o novo dia.
E depois toca a beber o titito morninho na sala enquanto via os desenhos animados do senhor carteiro, lavar, vestir, brincar (porque ainda era muito cedo) e ir para a escolinha. Ao sair do carro, o papá vestiu-me o bibe, pôs-me a mochila às costas e depois fomos de mãos dadas até à minha salinha. À medida que ia subindo a escada ia contando os degraus: um, dois, tês, cato, cinco, seis, sete, oito, nobe, dez. Recebi um beijinho do papá como prémio (tenho jeito para a Matemática, mas não é ao papá que saio).
Beijinho para ti, mamã. Até logo.

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Novo visual


Este é o meu novo visual, de chupeta na boca. Gostas, mamã?
(Esta fotografia foi tirada logo a seguir ao banho, por isso é que eu estou tão penteadinha e quase sem caracóis).

Marmelada não, xarope de cenoura sim

Hoje comi bem na escolinha; só não quis a marmelada. Ao jantar comi tudo (empadão, esparregado, azeitonas, sumo e maçã) menos a sopa; no final, o papá deixou-me comer um bocadinho de chocolate.
Estive a folhear um catálogo de brinquedos e gostei muito de um piano, e de uma bola, e de um triciclo... Quando chega o Pai Natal?
E quando chegas tu, mamã? Hoje perguntei por ti ao papá e ele disse que tu vinhas visitar-me daqui a uns dias. Não te esqueças de me trazer uma prenda!
Antes de ir para a caminha fazer ó ó - com chupeta, que eu agora não quero outra coisa -, tomei umas colherzinhas de xarope de cenoura com mel para a tosse. É muito bom! Tão bom que até comi duas rodelas da cenoura.
Adeus, mamã. Sonhos cor-de-rosa.

Tenho fralda?

«Tenho fralda?», perguntei ao papá quando nos estávamos a preparar para sair de casa rumo à escolinha. «Não tens fralda, fofinha», lembrou-me ele, mas já era tarde e o mal já estava feito: uma valente chichizada pelas pernas abaixo. Quando o papá me disse que eu não tinha fralda e eu percebi que tinha acontecido o pequeno imprevisto, apeteceu-me chorar um bocadinho, mas passou depressa. Depois tive de mudar de roupa e já não fui para a escolinha com o macacão verde que o papá me tinha vestido. Mas fui muito gira na mesma.

terça-feira, 9 de outubro de 2007

Vai trabalhar

Hoje houve uma nova dupla a ir-me buscar à escolinha: o papá e o avô Jorge. Como o carro do papá estava na oficina porque estava «estragado», o avô deu-lhe boleia. Depois fomos buscar a avó São ao trabalho e ela sentou-se no banco de trás ao pé de mim. Na escolinha só comi meia sopa e não dormi muito tempo porque acordei com um bocadinho de tosse e depois despertei. Fiz um desenho muito giro: uma casa amarela. Se calhar quando for grande vou querer ser pintora!
Em casa dos avós pedi ao papá «Vai trabalhar!», como quem diz «vai-te mas é embora e deixa-me aqui». Depois pedi muuuuuito para dormir em casa dos avós, mas o papá não deixou.
Jantei muito bem - sopa e tudo! - e brinquei antes de irmos para casa. No caminho o papá pôs a tocar as músicas da Tia Anica, da vassoura que varre à frente e atrás, dos passarinhos a bailar piu piu piu piu, do pião..., que ele teimava em cantar. A certa altura tive de ordenar: «Não cantes, papá! Só a bebé».
Depois bebi xarope de cenoura com mel - é muito bom, muito docinho - e o titito e fui para a caminha com a chupeta na boca. Agora a caminho dos três anos é que me deu para gostar da chupeta!
Adoro-te, mamã.

Bonecas


Eu gosto muito de brincar com os meus brinquedos e, apesar de ser um bocadinho desarrumada (tenho a quem sair e não é ao papá), às vezes deixo tudo muito ordenadinho. Olha só, mamã, para as minhas bonecas todas alinhadas, com uma manta por cima para não sentirem frio.

Fim-de-semana

O meu fim-de-semana.

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Um início de noite difícil

Ontem tive um início de noite difícil: vomitei. Acordei às 23.30 e recusei-me a ficar na minha cama. Então o papá levou-me um bocadinho para a sala, onde ele estava a ver os resumos dos jogos de futebol. Adormeci ao colo dele, no sofá, mas passado um bocadinho comecei a tossir e vomitei. Vomitei, vomitei, vomitei… Saiu tudo o que estava na minha barriguinha. Sujei o pijama (e o do papá), o cabelo, a cara, a capa do sofá, a manta… Tivemos de ir tomar banho os dois e vestir pijamas lavadinhos, e depois fomos os dois para a caminha do papá, onde dormi bem a noite toda. Podes ficar descansada, mamã, porque eu acordei bem disposta e já nem me lembrava do que aconteceu.

Diálogos

Eu: Papá, eu tenho um namorado.
Papá: Tens um namorado?!
Eu: Tenho.
Papá: Como se chama?
Eu: Jorge.

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Diálogos

Professora Daniela: Como te chamas?
Beatriz: Beatriz.
Professora Daniela: E tu?
Dinis: Dinis.
Professora Daniela: E tu?
Bárbara: Bárbara.
Professora Daniela: E tu?
Eu: Bebé.

Camisola nova

Hoje a professora Daniela disse ao papá que me custou a adormecer na escolinha. «Estava um bocadinho mais irrequieta, mas lá acabou por dormir», contou-lhe ela. De resto, comi bem e portei-me bem. Quando o papá me foi buscar, às 18.20, eu já só estava na minha sala com o Jorge. Lembram-se do Jorge, não lembram, e do arrufo que nós tivemos na semana passada? Mas nós agora já fizemos as pazes e estávamos a brincar os dois e com as professoras Daniela e Isabel.
Depois o papá levou-me a casa do avô Jorge e da avó São, onde tomei banho e jantei. Jantei é como quem diz, porque eu não comi quase nada - nem sopa, nem salmão, nem batatas, nem bróculos... Só um bocadinho de pão, de sumo e de romã. E de gelatina e bolo. A gente grande estava toda aborrecida comigo e diz que eu fico magricela se não comer bem.
Em casa dos avós ainda deu para ouvir música e pintar um bocadinho, antes de o chato do papá lembrar que era hora de ir embora (e ele voltou a não ver o jogo do nosso Porto até ao fim, e parece que até perdeu um golo). Durante a viagem para casa fiz cocó na fralda. «Ui, que cheirete!», comentei eu. O papá mudou-me a fralda e eu pedi-lhe um toalhete para limpar o pipi de uma das minhas bonecas; ainda fui a uma das minhas gavetas da roupa e tirei uma camisola para vestir à boneca, porque ela estava com frio.
Por falar em roupa: hoje trouxe para casa uma camisola nova que a avó São me fez - é muito quentinha, boa para usar no Inverno; também é muito bonita, azul clara, com duas chapinhas redondas à frente com bonecas estampadas. É bem gira! Só espero que amanhã esteja muuuuuuito frio para eu a poder usar e pôr a minha turma toda cheia de inveja. A quem é que terei eu ido buscar esta vaidade toda?
Depois de na última noite ter acordado às 3 da manhã a pedir que o papá me pusesse creme na perna, hoje espero dormir até de manhã sem sobressaltos.
E tu estás quase a chegar. Estou a contar os segundos, cheia de vontade de te dar um xi-coração muito apertado! Adoro-te, mamã.

Cocó

Passo o dia inteiro sem fazer cocó e só quando chego a casa, ao fim da tarde, é que peço ao papá para me pôr uma fralda, e é então que eu me alivio. A médica recomendou que não me pusessem fralda quando eu quero fazer cocó para me habituar a ir ao bacio, mas o papá costuma ser benevolente comigo. De maneira que quase todos os dias faço uma grande cocozada ao final da tarde, normalmente às bolinhas muito redondinhas… Mas o papá já me avisou que tenho de começar a ir ao bacio! Mas eu acho que é «feio».

«Para o lobo não entrar»

Ontem à noite não consegui escrever no meu diário porque o computador estava avariado. Por isso só agora te conto o que se passou depois de o papá me ter ido buscar à escolinha (ontem fui a última a ir embora e quando ele chegou eu estava a fazer um jogo com a Daniela e a Isabel). Jantei bem, embora tenha comido pouca sopa e só com chantagem do papá (havia um chupa-chupa em jogo no final da refeição), brinquei um bocadinho, vi fotografias e depois bebi o titito na sala, com a porta fechada «para o lobo não entrar». Dormi metade da noite na minha caminha e a outra metade na caminha do papá – quando acordámos já passava das 8 horas. Depois arranjámo-nos e o papá levou-me para a escolinha e na viagem fui a ler um livro.

terça-feira, 2 de outubro de 2007

Palhinha nova

Hoje acordei bem disposta. Depois do mau humor de ontem, bem que o papá merecia umas tréguas. Novidade só mesmo ter bebido o titito com uma palhinha nova, às riscas fininhas azuis e brancas, que o papá comprou ontem no supermercado. A caminho da escola, como sempre passámos por uma fábrica que hoje não estava a deitar fumo pela chaminé e eu, que sou muito perspicaz, notei logo essa diferença. Diferença não houve na banda sonora da viagem: começámos com «Todos os patinhos…», continuámos com «Foi na loja do mestre André…» e por aí fora.

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

A mãe de todas as birras

A mãe de todas as birras, a birra-mor, a birra das birras - chamem-lhe o que quiserem, mas eu hoje fiz a vida negra ao papá. Foi um furacão, um sismo com vários epicentros: na casa de banho (a birra do banho rebentou a escala, porque eu não queria entrar na banheira), na cozinha para comer, outra vez na casa de banho para lavar as mãos e os dentes, na sala porque não gostava dos desenhos animados que passavam na tv, no quarto por causa dos brinquedos que hoje não me agradavam... Acho que o papá hoje acabou de conquistar o céu! Estava mesmo rabugenta e birrenta! Só acalmei um bocadinho quando fomos passear à rua (apesar de ser de noite eu levei os meus óculos escuros e o papá nem me ousou contrariar com medo de mais um acesso de fúria). Desde que estou sozinha com o papá que nunca me tinha portado assim tão mal. Devia ser do sono. O que eu preciso mesmo é de dormir uma boa soneca para acordar fresca e bem-disposta.
Adoro-te. Até amanhã.

Sapatos novos

Uma boa noite de sono – acordei a meio da noite por causa da tosse, mas adormeci na minha caminha logo a seguir. Ainda tentei que o papá me levasse para a cama dele, mas ele não cedeu e eu estava com tanto sono que nem insisti muito. Quando acordei perguntei por ti, mamã, e o papá disse que tu estavas na escola a dar aulas aos meninos. «Está na Madeira», lembrei-me então.
Hoje calcei os sapatos novos que comprámos quando cá estiveste da última vez, e ficam-me muito bem. Depois fui para a minha escolinha e cheguei ao mesmo tempo que a Bárbara. Quando cheguei à sala, corri para o pé dos outros meninos porque a Isabel estava a contar uma história. Mas antes ainda disse adeus ao papá e mandei-lhe um beijinho, como faço sempre.
Até logo.